sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Alemanha vai encalhar navio no gelo por um ano na 'maior expedição científica ao Polo Norte'

Embarcação de pesquisa vai coletar dados para ajudar a melhorar modelos climáticos que preveem aquecimento da região.
 Navio Polarstern vai embarcar na maior expedição de pequisa ao Polo Norte (Foto: Mario Hoppmann/ Instituto Alfred Wegener ) 

Uma empreitada alemã está sendo considerada a maior expedição de pesquisa já planejada ao Ártico.
Um navio de pesquisa de 120 metros de comprimento, o Polarstern, deverá encalhar e flutuar pelo mar de gelo do Polo Norte. A viagem de 2.500 quilômetros começa em 2019 e deve durar um ano.
Pesquisadores esperam reunir informações sobre a região onde o clima vem mudando rapidamente. Mês passado, a extensão do gelo do Ártico foi a menor já registrada (durante a era dos satélites) para o mês de janeiro, com temperaturas vários graus acima da média de longo prazo. 
"A redução do gelo do Ártico vem ocorrendo muito mais rapidamente do que os modelos climáticos podem prever, então precisamos de modelos melhores para ter previsões mais precisas para o futuro", disse o professor Markus Rex, que coordenará o chamado projeto MOSAiC.
"Há uma previsão de que em poucas décadas o Ártico não tenha gelo no verão. Esse seria um mundo diferente e precisamos saber disso antecipadamente; precisamos saber se isto vai ou não ocorrer".
Rex detalhou o plano durante o encontro anual da Associação Americana para Avanços da Ciência (AAAS, na sigla em inglês). 
O pesquisador alemão do Instituto Alfred Wegener, em Bremerhaven, disse que a expedição custará 63 milhões de euros (R$ 207 mihões), dos quais a maior parte já está financiada, com contribuições de parceiros internacionais estratégicos. Reino Unido, Rússia, China e Estados Unidos estão entre eles.
A missão lembra a expedição do explorador norueguês Fridtjof Nansen que, por volta de 1890, foi o primeiro a chegar ao Polo Norte e flutuar pelo mar congelado. 
Uma escuna chamada Tara também atravessou o oceano de gelo - das águas da Sibéria até o Estreito de Fram - da mesma maneira, há uma década.
Mas o Polarstern é uma enorme plataforma científica e sua lista de tarefas e objetivos faz os esforços anteriores na região parecerem pequenos.
"Estamos embarcando vários equipamentos: muitos contêineres com instrumentos de medição, sensores de uso remoto para serem instalados no local, disse Rex. 
"Vamos coletar amostras de água, gelo e ar, além de instalar acampamentos no mar gelado próximo ao Polarstern e a até 20-30 quilômetros de distância. E toda a instalação vai ficar à deriva pelo Ártico. Isto vai nos dar novas e fascinantes informações sobre o sistema climático".
A equipe do MOSAiC planeja até instalar uma pista de decolagem para que um avião de pesquisa auxilie o Polarstern. 
 Rota possível. O Polastern seria levado ao topo do mundo e liberado no Estreito de Fram, entre a Groenlândia e o arquipélago norueguês de Svalbard. (Foto: MOSAIC) 

Será uma expedição complicada para os cientistas envolvidos, especialmente durante meados do inverno, quando o Sol não surgirá no horizonte. Os pesquisadores também terão que estar alertas à aproximação de ursos polares predadores.
Mas o professor Rex disse que a empreitada é vital para a compreensão da região remota, destacando sua importância até para quem vive longe do Polo Norte.
"Um polo mais quente afetaria os padrões climáticos em latitudes médias (entre os trópicos e os polos Sul e Norte)", ele disse à BBC News. 
"O aquecimento do Ártico signfica que o contraste existente entre o Polo Norte e nossas latitudes será reduzida no futuro. Isto significa que o ar gelado do Ártico poderá chegar às nossas latitudes, e o ar mais quente de latitudes baixas, ao Polo Norte. Isto certamente provocará um grande impacto no clima".
O Polarstern deverá ser posicionado no gelo marinho em meados de 2019, com a previsão de ser liberado um ano depois. 

Fonte: G1 via BBC Brasil







quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Livros novos na bilioteca - Fevereiro de 2017

Brandini, Frederico.  Mar Brasil. São Paulo:Auana, 2016.  1 ex.   551.46 / B818m   (por doação)


 Cavalli, Ronaldo Oliveira; Poersch, Luis Henrique da Silva ; Fogaça, Fabíola Helena dos Santos (Orgs.).  Manual de tecnologias para o abate, processamento e rastreabilidade do Bijupirá.  Rio Grande: Ed. da Universidade Federal do Rio Grande, 2016.  1 ex.   639.3 / M294  (por doação)



 Brasil. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento. Coordenação-Geral de Mudanças Globais de Clima.  Modelagem climática e vulnerabilidades setoriais à mudança do clima no Brasil.  Brasília:MCTI, 2016.
1 ex.   551.58(81) B823m     (por doação)

 Brasil. Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.  Estimativas anuais de emissões de gases de efeito estufa no Brasil.  3. ed.   Brasília : MCTI, 2016.  
1 ex.   551.58(81) B823e   (por doação)

 

4ª Ação do Projeto Arvoreteca

                          

O projeto de Extensão Arvoreteca realizará a quarta ação de distribuição de livros à comunidade em geral na próxima sexta-feira, 24 de fevereiro, das 14h às 17h na Avenida Rio Grande – Cassino, em frente ao Artesanato da Igreja

O objetivo do projeto é a aproximação da sociedade em geral com a leitura. Os livros ficarão expostos nas árvores da Avenida do Cassino em frente ao Artesanato da Igreja, por ser um local de bastante acesso no verão e estarão disponíveis para serem “colhidos” gratuitamente.

Nas edições anteriores foram distribuídos mais de 800 livros ao total. Nesta edição pretende-se distribuir em torno de 300 exemplares, entre títulos de literatura infantil, infanto-juvenil, literatura geral e gibis.

Obs: O projeto acontece somente por meio de doações, desse modo você pode contribuir com as doações, realizando-as no dia do evento ou levando até qualquer Biblioteca da FURG.

Quaisquer dúvidas pode-se entrar em contato com Flávia Reis ou Rafaela Dala Riva, pelo telefone: (53) 32935385 ou pelo e-mail: projetoarvoreteca@gmail.com

Atenciosamente,
Rafaela Dala Riva – Bolsista do Projeto
Flávia Reis de Oliveira – Coordenadora do Projeto
                       

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Descoberta a Zelândia, um enorme continente submerso no Pacífico

Território tem 4,9 milhões de quilômetros quadrados e suas áreas visíveis são a Nova Zelândia e a Nova Caledônia
Zealandia, nome dado em inglês ao continente descoberto sob a Nova Zelândia (Zelândia, em português).  

Há pouco mais de dez anos, Plutão perdeu seu status de planeta e mudou o que vinha sendo ensinado nas escolas durante décadas. Agora é possível que os livros de ciência tenham de acrescentar mais um continente – quase totalmente submerso nas águas do sudeste do Pacífico – a seus mapas. Somente suas montanhas mais altas, 6% de seu território, aparecem acima do nível do mar: são a Nova Zelândia e a Nova Caledônia. Cientistas do instituto neozelandês GNS Science publicaram a descoberta da Zelândia (ou Zealandia em inglês) na revista da Sociedade Geológica da América (GSA), duas semanas depois de serem encontrados vestígios de outro continente sob o oceano Índico. A Zelândia cobre uma área de 4,9 milhões de quilômetros quadrados que inclui a Nova Zelândia (com uma extensão de 268.280 quilômetros quadrados) e a Nova Caledônia (com 232.000 quilômetros quadrados).
A equipe do GNS Science pesquisa o tema há 20 anos, mas só agora conseguiu comprovar, com dados coletados por satélites, que a Zelândia reúne as condições necessárias para ser classificada como continente: elevação sobre a zona circundante, geologia distintiva, uma área bem definida e uma crosta mais espessa que a do leito oceânico normal. Segundo o estudo, as bordas da crosta continental da Austrália e do “novo” continente chegam a ter uma distância de apenas 25 quilômetros entre si.
Os pesquisadores afirmam que a Zelândia se formou depois da desintegração do supercontinente Gondwana, entre 85 milhões de anos e 30 milhões de anos atrás. “Há 30 milhões de anos, o continente estava em submersão máxima: existem formações calcárias por toda parte. Desde então, a convergência ao longo da fronteira das placas do Pacífico e da Austrália elevou as partes da Zelândia que formaram as ilhas da Nova Zelândia”, explica Nick Mortimer, chefe da pesquisa.
O geólogo defende que a importância da Zelândia vai acrescentar um nome à lista de continentes. “É o menor e mais fino continente já encontrado, e o fato de estar tão submerso, mas não fragmentado o torna útil para explorar a coesão e desintegração da crosta continental”, afirma. Mortimer também explica que a Zelândia proporciona um novo contexto de “uma terra que diminuiu e afundou sob as ondas” para os estudos de biologia evolutiva, que podem explicar as origens da flora e fauna endêmicas da Nova Zelândia e Nova Caledônia.
 
Segundo o conjunto de dados dos satélites e navios de pesquisa que mapeiam todo o planeta, não existe nenhum outro lugar para ocultar um continente submerso, pelo menos não um tão grande como o encontrado pelos cientistas neozelandeses. “É possível que sejam encontrados microcontinentes, especialmente no oceano Índico, mas não continentes”, escrevem os pesquisadores.
Para a Zelândia ser reconhecido pela comunidade científica não é preciso apelar a nenhum organismo, nem há uma lista oficial dos continentes existentes – alguns geólogos afirmam que são quatro, enquanto outros defendem que são sete –. O trabalho de Mortimer e sua equipe será validado quando outros cientistas começarem a mencioná-lo em suas pesquisas. “Nós gostaríamos que reconhecessem que mostrar essa parte remota do Pacífico com um continente submerso é mais preciso e informativo do ponto de vista geológico dp que o panorama anterior. Gostaríamos de vê-lo no mapa-múndi”, diz o geólogo.
Zealandia, nome em inglês com o que se deu a conhecer o continente achado baixo Nova Zelândia (Zelandia, em espanhol).  

Fonte: EL PAIS, por Joana Oliveira, Madrid, em 20 de fevereiro de 2017