terça-feira, 29 de novembro de 2016

'Pescar', puxar e empurrar: os planos dos cientistas para 'recolher' o lixo espacial

Nave vai testar maneiras de "pescar" detritos na órbita do planeta - ou de forçar sua destruição.

Desde o início da exploração espacial nos anos de 1950, toneladas de lixo espacial estão se acumulando na órbita da Terra.
Para resolver o problema, cientistas planejam enviar ao espaço no ano que vem uma nave criada para testar maneiras de se livrar desses detritos.
Assista ao vídeo
Pesquisadores da Universidade de Southampton, no Reino Unido, monitoram o lixo espacial na órbita terrestre. Eles estimam que haja cerca de 22 mil pedaços com tamanho superior a 10 centímetros.
Detritos menores, porém, chegam à casa dos milhões.
O lixo espacial é formado em geral por partes e componentes de satélites, foguetes e naves descartados durante missões espaciais.
A nave que será colocada em órbita no ano que vem testará maneiras de limpar esse lixo. Ela vai usar uma rede e um arpão para capturar esses destroços. 
Vai usar ainda uma vela para tentar forçar grandes destroços a entrar na atmosfera - onde são destruídos pela alta temperatura de reentrada.
Mas haverá outras dificuldades a superar - a principal delas deve ser o financiamento dessas missões.
Cientistas estimam que custará milhões para retirar um único detrito.
Além disso, eles não podem, por questões legais, capturar lixo espacial aleatoriamente - para recolher um satélite obsoleto, por exemplo, é preciso que o país responsável por ele concorde com isso. 
Mas os pesquisadores alertam que, se nada for feito em relação ao problema, será impossível manter satélites ou operar no espaço no futuro.  

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Apresentações dos Relatórios de Estágio Curricular - Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental

                                      
Nos próximos dias 01 e 02/12 (5ª e 6ª feira) ocorrerão as apresentações dos Relatórios de Estágio Curricular dos formandos do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental.
Todas as apresentações serão no Pav. 4 (auditório 4110). Ver na Programação acima os detalhes sobre os participantes e horários.

                         Fonte: mensagem enviada pela  Secretaria do IO/Furg em 28/11/2016, solicitando divulgação.

Evento "A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e as Universidades"

Convite para este evento:
 Fonte: Secretaria do IO/ Furg

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Reuniões globais de clima são 'frustrantes' porque estão longe da 'vida real', diz cientista brasileira

Autora de estudo inédito que será apresentado por cientistas da UFRJ na Conferência do Clima da ONU, que ocorre no Marrocos, chama atenção de prefeitos para debate sobre clima.

Ricardo Senra
BBC Brasil
 Suzana Kahn, uma das autoras do estudo do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas da UFRJ: "É preciso se aproximar do cidadão, da população. Quando se fala de metas, é difícil o engajamento da sociedade, até para cobrar." (Foto: Stefano Aguiar/PBMC )

Um relatório que será apresentado por pesquisadores da UFRJ (federal do Rio) durante a COP-22 - a conferência do clima da ONU, que começa nesta segunda-feira no Marrocos -, alerta prefeitos para impactos dramáticos do aquecimento em cidades brasileiras.
Segundo os pesquisadores do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), os municípios que não mudarem a forma com que lidam com água, transportes e gestão de lixo e resíduos enfrentarão problemas como desabastecimento e energia, hospitais superlotados, inundações e desmoronamentos, com impactos mais fortes nas regiões mais pobres.
À BBC Brasil, a engenheira Suzana Kahn, uma das autoras do estudo, diz que nota um abismo entre as discussões globais sobre clima, feitas hoje em cerimoniosas reuniões entre diplomatas, parlamentares e chefes de Estado, e a "vida real" das cidades.
"Há uma frustração. É tudo muito lento e isso gera um pouco de desânimo para quem acompanha. Se cria uma expectativa de solução e não é fácil mesmo. Coisas importantes acontecem, mas elas são pouco perceptíveis de longe", diz Kahn.
Por isso, ela explica, o estudo brasileiro analisou centenas de documentos e se concentra nas cidades e responsabilidades de prefeitos para consequências já perceptíveis do aquecimento global.
"Os centros urbanos são responsáveis pelo consumo de 70% da energia disponível e por 40% das emissões de GEE", afirma o relatório.
"As prefeituras precisam não apenas de inventários e propostas. Ainda estamos muito distantes da ação e isso tem que mudar", completa Kahn.
No Nordeste, por exemplo, a vazão menor de rios como o São Francisco e a migração acelerada para zonas urbanas contribuem para apagões que, por sua vez, trazem aumento de preços e falta d'água.
No Sul e Sudeste, o aumento do calor e das chuvas provoca enchentes e epidemias, como a explosão do vírus Zika e de doenças respiratórias.
"Os poderes municipais, locais, precisam estar em sintonia com os países. Não tem sentido o Brasil traçar um plano de ação sem ter em conjunto os planos de cada município, que é onde estão as pessoas expostas aos riscos", diz a cientista.
Desafios da COP-22
A última grande decisão mundial sobre clima foi tomada no ano passado, quando 195 países e a União Europeia ratificaram o Acordo de Paris, se comprometendo a manter o aumento da temperatura média do planeta "muito abaixo de dois graus" em relação aos níveis anteriores à industrialização.
Hoje, segundo o Observatório do Clima, corremos o risco de chegar a 2030 com o aumento "numa trajetória de 3ºC, algo incompatível com a civilização como a conhecemos".
"Está todo mundo contente, foi ratificado o Acordo de Paris e isso eleva o ânimo da tropa", afirma a pesquisadora da UFRJ. "Mas pôr isso em funcionamento é outra história."
A principal missão da COP-22 será definir uma data-limite para que se decidam as regras de aplicação do acordo. Um dos principais desafios é a obtenção de um consenso sobre como os compromissos firmados por um país poderão ser fiscalizados pelos demais.
"Como regular, como reportar as reduções, como fazer a contabilidade financeira do fundo. Essa COP-22 é a primeira a discutir essas regras. Ela não vai trazer nenhum resultado, não vai ter 'notícia' nenhuma. São movimentos incrementais, discussões sucessivas que vão construindo o processo."
Daí, diz Suzana Kahn, a importância de compartilhar responsabilidades com prefeituras, que estão na ponta deste processo.
Entre as sugestões práticas para prefeitos estão mudanças urbanas que permitam a redução de viagens motorizadas e o deslocamento de mercadorias (levar empregos do centro para os bairros onde as pessoas vivem, por exemplo), incentivo ao uso de bicicleta e uso de biocombustíveis.
O relatório também destaca mudanças que podem ser estimuladas dentro de casa.
"Desligar equipamentos quando não houver uso, manter fechados os ambientes com temperatura condicionada e dimensionar adequadamente velocidade de ventiladores e temperatura de condicionadores de ar; desligar aparelhos em standby, usar "tomadas inteligentes", que possuem interruptores próprios pode facilitar essa ação, substituir lâmpadas fluorescentes por LED; construir e reformar casas, considerando uma participação maior de iluminação natural", entre outros.
"É preciso se aproximar do cidadão, da população. Quando se fala de metas, é difícil o engajamento da sociedade, até para cobrar."
Crise ajuda a atingir metas, diz estudo
A estimativa das Nações Unidas é de que 91% da população brasileira viva em regiões urbanas nos próximos três anos - no último Censo, de 2010, o índice era de 84%.
O problema é que, hoje, segundo o relatório dos pesquisadores da UFRJ, mais da metade dos municípios já precisa de novas fontes de água.
Enquanto isso, até 2030, segundo os pesquisadores, "estima-se um aumento de 9% no consumo de eletricidade no setor residencial e de 19% no setor de serviços".
Os impactos das mudanças climáticas na saúde são os mais alarmantes. "O aumento de inundações e secas causará efeito devastador sobre a saúde, especialmente nas pessoas que vivem em comunidades mais sensíveis", diz o estudo.
"Com esse cenário, doenças como malária e dengue, mais incidentes nos países de clima tropical, são alguns dos problemas de saúde pública decorrentes do aquecimento global. As intensas ondas de calor também podem ter impacto nas doenças crônicas, como problemas cardiovasculares", prossegue o texto.
A ironia é que a crise econômica tem ajudado a desacelerar os impactos destas transformações.
"É por conta dela (da crise) que provavelmente vamos atingir nossas metas com mais facilidade. Crise reduz consumo, reduz energia... isso diminui a pressão sobre o uso dos nossos recursos naturais."
'Estado gasta muito e mal no Brasil'
Ao ratificar o acordo de Paris, o Brasil se compromete a cortar emissões de gases em 37% até 2025 e se propõe a aumentar a redução para 43% em 2030, tudo em comparação com níveis de 2005.
O país também se comprometeu a reconstruir 12 milhões de hectares de florestas e levar o desmatamento da Amazônia Legal (como o governo denominou uma área que abriga todo o bioma Amazônia brasileiro e partes do Cerrado e do Pantanal e engloba os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Maranhão) a zero até 2030.
Mas como investir em tudo isso em meio à maior crise financeira e política dos últimos tempos?
A pesquisadora explica que a maior parte das transformações não exige investimentos gigantes, como a construção de novas usinas ou redes de metrô.
"Há uma série de lobbies no Brasil, uma forma muito tradicional de fazer política sem pensar no interesse coletivo. E sempre se olha para um horizonte de muito curto prazo. Estas são coisas que ultrapassam quatro anos de mandato", diz.
"Se você pegar o orçamento inteiro de uma cidade, verá a quantidade de dinheiro que vai para manutenção da máquina do Estado. O Estado gasta muito e gasta mal com ele mesmo. Investir em gestão de recursos naturais e resíduos não vai impactar tanto nos recursos municipais."
"A questão é muito mais política que financeira", conclui.

Fonte: G1 Natureza




segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Está vazando oxigênio da atmosfera da Terra e ninguém sabe explicar o porquê

De Julia Moretto
Os pesquisadores da Universidade de Princeton (EUA) não sabem explicar por qual razão o oxigênio está sendo eliminado da atmosfera da Terra.
Os especialistas estudaram os níveis de oxigênio em bolhas de ar presas no gelo da Groenlândia e da Antártida. O resultado do estudo, que foi publicado na revista Science mostrou que os níveis caíram 0,7%, nos últimos 800.000 anos. Segundo eles, descobrir a causa desse fenômeno é fundamental para prever a vida na Terra.
Evidência
Porém, os pesquisadores afirmam que encontrar uma resposta não será uma tarefa fácil, uma vez que o oxigênio está sendo usado constantemente por seres humanos, animais, plantas e até mesmo rochas. Os núcleos de gelo são as melhores opções para analisar quanto de oxigênio está presente no Planeta.

Essa análise foi feita, primeiramente, por curiosidade e sem qualquer expectativa. “Nós não sabíamos se oxigênio iria aumentar, diminuir ou se manter constante. Acontece que há uma tendência muito clara”, comentou o pesquisador Daniel Stolper, ao portal Gizmodo.
Hipóteses
A perda de oxigênio no planeta Terra é considerada trivial. Mas entender essas reações pode ajudar cientistas a desvendar os mistérios do mundo. Há diversas hipóteses sobre a diminuição do oxigênio, como, por exemplo, o aumento nas taxas de erosão. Nesse caso, mais erosão poderia expor e oxidar sedimentos mais frescos, diminuindo os níveis de oxigênio na atmosfera.

Outra hipótese é a mudança climática. Embora a Terra tenha aquecido na última metade do século, no planeta sofre há milhões de anos com uma ligeira queda de temperatura.

No entanto, após a revolução industrial, quando houve grande queima de combustível fóssil, o mar estava esfriando lentamente. Esse choque poderia ter criado uma reação ecológica que começou a utilizar o oxigênio da Terra.
Importância
O que poucas pessoas sabem é que nos primeiros bilhões de anos, a Terra não possuía oxigênio. Segundo os pesquisadores, algas minúsculas, chamadas cianobactérias, evoluíram e produziram um aumento no nível de oxigênio e, consequentemente, de animais que podiam respirar.

Atualmente, o ar que respiramos contém 21% de oxigênio, além de nitrogênio, argônio e dióxido de carbono. Os efeitos do oxigênio no ambiente não são tão graves comparados com o dióxido de carbono. Porém, seus efeitos impactam sobre a quantidade de luz solar que atinge o solo, e há indícios de que a mudança do nível de oxigênio contribua para a mudança do clima na Terra no passado.

Apesar da diminuição de oxigênio na Terra não ser preocupante, Stolper fez um aviso importante: “Estamos consumindo oxigênio a uma taxa mil vezes mais rápida do que antes. Os seres humanos têm criado um curto-circuito no ciclo pela queima de toneladas de carbono. É mais uma indicação da nossa capacidade coletiva de tornar muito mais velozes os acontecimentos naturais da Terra”.

Fonte: JornalCiência via [ Science Alert / Gizmodo ] [ Fotos: Reprodução / Beth Scupham / Flickr ]