quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Projeto Tartarugas no mar


Projeto patrocinado pela PETROBRÁS que tem por objetivo reduzir a mortalidade de tartarugas marinhas causada pela captura incidental
na pesca no sul do Brasil, a partir de ações integradas de pesquisa, 
gestão e envolvimento comunitário.
Maiores informações através da página:
https://www.facebook.com/pages/Projeto-Tartarugas-no-Mar/162909633902665?fref=ts
Fonte: Verônica Marandini, Coordenadora do Plano de Comunicação, Projeto
Tartarugas no Mar

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Livros Novos Adquiridos e já incorporados ao acervo da Biblioteca Setorial de Pós-Graduação em Oceanografia













Grupo aberto para discussões sobre publicações científicas

Verificar no site http://www.nature.com/news/half-of-2011-papers-now-free-to-read-1.13577 Fonte: Prof. Dr. Gonzalo Velasco Canziani

Palestra "Da inovação ambiental à Inovação sustentável : desafios e ferramentas"

No dia 02 de setembro as 16 horas no pavilhão 4, auditório 4110. O Professor José Carlos Barbieri, da Fundação Getúlio Vargas (São Paulo), desenvolve pesquisas nas áreas de gestão ambiental e da inovação, tendo participado como pesquisador e coordenador de diversos projetos de pesquisas sobre estas temáticas. Membro da comissão do Inmetro para criação de regulamentos para avaliação da conformidade de sistemas de responsabilidade social. Participa de comitês científicos de diversas revistas e congressos científicos nacionais e internacionais, bem como de várias agencias de fomento. É autor de livros, capítulos de livros e dezenas de artigos sobre inovação e gestão ambiental publicados no Brasil e em diversos países. É membro do Forum de Inovação da FGV/EAESP e professor do programa de pós-graduação stricto sensu da EAESP na linha de pesquisa em Gestão Socioambiental e da Saúde. Fonte: Secretaria do IO

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Videoaulas gratuitas ensinam a fazer de TCC a tese

Atentos a uma das principais dificuldades que alunos de graduação e pesquisadores de pós-graduação têm no decorrer dos cursos: a elaboração do trabalho de pesquisa de conclusão, professores de algumas instituições como a FGV (Fundação Getulio Vargas),  Unifesp (Universidade Federal de São Paulo ) e UniSantos (Universidade Federal de São Paulo) resolveram disponibilizar uma série de videoaulas abertas sobre o assunto na internet.
Ofertadas gratuitamente, as aulas ajudam os acadêmicos na elaboração de trabalhos de conclusão de curso (TCC), monografias, dissertações e até teses de doutorado. Nos vídeos sobre a confecção de monografias, por exemplo, o professor Fábio Maiomone, da UniSantos, oferece todo o conteúdo quase em um formato de curso modular. Ele explica, passo a passo, cada uma das partes que compõem uma monografia (título, justificativa, objetivos, referências etc). Todas as videoaulas foram produzidas pelos próprios professores e foram disponibilizadas no YouTube.
“Por definição, os trabalhos de conclusão de curso são sempre a coisa mais difícil que o aluno precisa fazer. É o momento que ele tem que sair da zona de conforto e tentar criar algum tipo de originalidade acadêmica. O domínio da formatação do trabalho é fundamental”, fala o especialista em educação Claudio de Moura Castro, ex-diretor geral da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), agência federal de fomento responsável pela avaliação da produção científica dos programas de pós-graduação no país.
Autor do livro A prática da pesquisa – obra que fala sobre a concepção de trabalhos acadêmicos –,  Castro ainda destaca a seriedade que o estudante deve ter no momento de elaboração da sua pesquisa. “O aluno deve sempre primar pela qualidade metodológica do trabalho acadêmico. E o orientador não deve amenizar a cobrança. Infelizmente, em algumas universidades, principalmente na graduação, isso não ocorre”, diz o especialista.
Então, para facilitar a vida do formando e do pós-graduando, o Porvir resolveu mapear além das videoaulas, uma série de materiais adicionais gratuitos que podem ser consultados e até baixados. Confira a listagem completa a seguir:
TCC (Trabalho de conclusão de curso de graduação)Instrutor: professor José Carlos Abreu (Fundação Getúlio Vargas)

Material adicional gratuito para consulta:
1. Confira modelo pré-formatado de TCC elaborado pela USP São Carlos
2. Aprenda a utilizar o Prezi como alternativa aos slides do Powerpoint
3. Descubra uma nova forma de apresentar o trabalho com o Mural.ly

MONOGRAFIA (de Graduação ou de Especialização)Instrutor: professor Fábio Maiomone (Universidade Católica de Santos)


 DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Instrutor: professor Alexandre Barros (Cientista Político)


TESE DE DOUTORADOInstrutor: professor João Luiz Azevedo (Unifesp)


Fonte:13/08/13 //  //  //  


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Professores e Pesquisadores do IO-FURG participaram do "Acoustics in Underwater Geosciences Symposium (RIO Acoustics 2013)", realizado entre os dias 24 e 26 de Julho de 2013, no Rio de Janeiro.

Estiveram presentes os seguintes pesquisadores do IO:
Lauro Madureira (IO)
Gilberto Griep (IO)
Stefan Weigert (IO)
Antônio Carlos Duvoisin (servidor aposentado do IO)
Marcelo Pinho (doutorando PPGOFQG)
Ramiro Castillo Valderrama (doutorando PPGOB)
Carla Aseff (doutoranda PPGOFQG)
Mauro Barbat (graduando Eng. de Computação e integrante da equipe de Hidroacústica)
A equipe participou com três trabalhos, 1 apresentado oralmente e 2 no formato poster.
O prof. Lauro apresentou oralmente o trabalho:
Small Scale Acoustical, Biological and Environmental Integrated Study Indicates the Presence of Larger Scale Phenomena like Vortices and Meanders in Exploratory Oil Blocks of the Santos and Campos Basins, Brazil
Madureira, L., Pinho, M., Aseff, C., Weigert, S., Costa, P., & Duvoisin, A., Universidade Federal do Rio Grande, Brazil
Os seguintes trabalhos foram apresentados como poster:
Hydroacoustic Estimates of Sardine (Sardinella Brasiliensis) in the Brazilian Coast, Sampling Strategies and the Effects on Fish Distribution and Biomass 
Madureira, L., Weigert, S., Pinho, M., Costa, P., & Duvoisin, A., Universidade Federal do Rio Grande, Brazil
e
Acoustical Database Dedicated to Fish Stock Assessment being Optimized to Generate Seafloor Information and Integrate Biological, Environmental and Geo-Morphological Studies
Madureira, L., Pinho, M., Costa, P., Weigert, S., Griep, G. & Calliari, L., Universidade Federal do Rio Grande, Brazil

Oceanologia da FURG forma profissional número mil

O primeiro curso de Oceanografia do Brasil chega a mil profissionais formados. A marca foi alcançada na manhã desta quarta-feira, 20, pelo curso de Oceanologia da Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Anna Caroline Dantas Lino de Jesus, 23 anos, recebeu o diploma de número mil em solenidade de outorga de grau realizada no Gabinete do Reitor, às 11h. 

A solenidade foi conduzida pelo reitor João Carlos Brahm Cousin, também oceanógrafo formado pela FURG. A coincidência e o destaque que a mulher vem conquistando no País marcaram a fala do reitor. “Quando eu imaginaria que chegaria a ser reitor da FURG e formar a oceanógrafa de número mil, minha colega”, ressaltou. 

Anna Caroline recebeu o diploma das mãos do coordenador do curso Luiz Carlos Krug. Ele lembrou que nessas mais de quatro décadas os oceanógrafos formados pela FURG espalharam-se pelo Brasil e pelo mundo. “São exemplos de formação de qualidade e motivo de muito orgulho para a Instituição”, completou. 

A formanda, por enquanto, não pensa em sair de Rio Grande. Quer continuar na academia e tentar vaga em curso de Mestrado na Instituição. Anna Caroline ingressou na FURG em 2006. Natural de Vitória-ES e caçula de uma família de três irmãos, foi a única a deixar a cidade e a família para estudar– os dois irmãos mais velhos se formaram pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). 

O sonho de concluir um curso superior foi o primeiro de muitos, como ela fez questão de dizer durante a colação. “Se cheguei à milésima formanda foi porque Deus quis. Quem vem de longe passa por alguns percalços, vencidos pelas condições que o curso oferece”, destacou, agradecendo a todos que incentivaram seus estudos, como a família e o noivo Elder, que, em horário de trabalho, não pode assistir à colação. Na solenidade, Anna Caroline foi acompanhada pelos pais Anna Angélica e Moacir, e pelos pais do noivo, Walter Luiz e Maria Martins. 

A outorga de grau foi prestigiada pelo representante da primeira turma de formandos de Oceanologia, o professor Raul De Bem Junior, que recebeu o diploma em 1974. Também estavam presentes na solenidade o coordenador adjunto Luiz Felipe Cestari Dumont, o professor Danilo Calazans, representando a direção do Instituto de Oceanografia da FURG e os pró-reitores de Graduação, Cleuza Dias, de Pesquisa e Pós-Graduação, Danilo Giroldo, e de Assuntos Estudantis, Darlene Pereira. 
Em 2010, o curso de Oceanologia da FURG comemorou 40 anos, durante o 4º Congresso Brasileiro de Oceanografia (CBO), realizado em maio no Centro Integrado de Desenvolvimento Costeiro e Oceânico (Cidec-Sul), Campus Carreiros da Universidade.

Fonte: Instituto de Oceanografia / FURG 

Nova funcionalidade de "Comentários" para as obras do Argo (catálogo do Sistema de Bibliotecas da FURG).


Já está disponível a nova funcionalidade de "Comentários" para as  obras do Argo, o catálogo do Sistema de Bibliotecas da FURG. 

A opção "Comente esta obra" ficou abaixo dos dados dos exemplares. 

Esta aplicação permite uma maior interação e colaboratividade dos usuários. 

Os cometários passarão por um moderador e após serão publicados.

Participe! Publique resenhas e comentários sobre as obras e enriqueça nosso catálogo!


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Web of Science lança nova versão de base de dados

Acaba de ser lançada a versão 5 da base de dados multidisciplinar Web of Science. Trata-se de uma base de dados que indexa publicações científicas de todo o mundo. Hoje já são mais de 11.000 periódicos disponíveis.
Bastante consultada pela comunidade científica e pelos usuários do Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), essa nova versão da Web o Science traz algumas novas funcionalidades. A possibilidade de pesquisa pelo nome completo do autor e a visualização do abstract, na própria tela da lista de resultados, são algumas das novidades desta versão.
A Web of Science traz também um índice de citações na web, onde além de identificar as citações recebidas, referências utilizadas e registros relacionados, pode-se analisar a produção científica com cálculo de índices bibliométricos e o percentual de auto-citações, assim como a criação de rankings por inúmeros parâmetros.
Para que você possa aproveitar os recursos e funcionalidades disponíveis, as notas da versão a seguir foram disponibilizadas em:
Inglês
Chinês tradicional
Chinês simplificado
Japonês
Coreano
Espanhol
Português do Brasil
Fonte: CAPES

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Mar em Colapso - adeus aos tubarões, eunices, donzelas e papagaios

Em Isla Mujeres, Quintana Roo, no México, um peixe-papagaio-arco-íris acompanha um cardume de cirurgiões Acanthurus spp. Foto: Fabio Olmos

Apesar de serem consideradas como recursos ilimitados, espécies marinhas enfrentam declínios comparáveis ou maiores aos enfrentados por espécies terrestres. Nas últimas décadas houve uma aceleração do processo de perda de habitats e, por exemplo, cerca de 1/5 dos manguezais do mundo foram perdidos entre 1980 e 2005, especialmente para fazendas de camarão e ocupação urbana. Além disso, 57% dos recifes de coral foram perdidos ou encontram-se degradados, e 85% dos recifes de ostras, uma antiga característica de estuários temperados, foram extintos no mundo. 

A destruição de habitats é resultado de um conjunto de forças: a exploração direta, como a de corais e ostras que formam recifes; de alterações nas condições ambientais, através do aumento de sedimentos trazidos por rios cujas margens foram desmatadas; e de técnicas de pesca destrutivas, tais como as redes de arrasto e o uso de explosivos.

Algumas espécies marinhas, que incluem vários moluscos, peixes como a donzela-das-Galápagos (Azurina eupalama) e o bodião-verde-de-Mauritius (Anampses viridis) e macroalgas (Gigartina australis e Vanvoortsia bennettiana) provavelmente já foram extintas devido a alterações em suas pequenas áreas de ocorrência, especialmente devido à poluição, mudanças climáticas, dragagens e aumento na sedimentação. 

Outras extinções parecem resultar de mudanças naturais no meio ambiente físico, o que foi sugerido para explicar o declínio do braquiópodo Bouchardia rosea no sudeste do Brasil, embora o impacto da pesca de arrasto sobre seu habitat deva ser considerado. 

Pesca

Entretanto, é a pesca, ou melhor, a exploração direta de populações animais e vegetais o principal fator levando espécies marinhas à extinção.

São bem conhecidas as extinções totais de mamíferos marinhos como a vaca-marinha-de-steller (Hydrodamalis gigas), presente do Japão à Califórnia antes que humanos inventassem barcos e arpões, a foca-monge-do-Caribe (Monachus tropicalis) e a baleia-cinzenta-do-Atlântico (Eschrichtius robustus). Igualmente bem sabidas são as extinções locais e ecológicas de espécies antes comuns. Entre elas, o peixe-boi-marinho (Trichecus manatus), que ocorrida do Espírito Santo ao Amapá e dali em todo o Caribe e Golfo do México; e baleias, como a azul (Balaenoptera musculus). Para saber mais sobre o assunto recomendo An Unnatural History of the Sea, de Callum Roberts. 

Menos conhecidas são as extinções de criaturas com menor carisma.

Várias espécies de peixes capturados comercialmente estão seguindo o mesmo caminho, uma história de exploração insustentável que teve início com o uso humano dos recursos pesqueiros. Poucos recordam que, como fazem os salmões, não muitos séculos atrás, esturjões beluga (Huso huso) de 8,5 m migravam do mar para desovar no Danúbio, sustentando comunidades pré-romanas. E que foi o esgotamento de estoques pesqueiros na Europa medieval, já no ano 1000, que levou à exploração do Mar do Norte e às primeiras travessias transatlânticas (vejam Fish on Friday, de Brian Fagan).

Através da história, a pesca tem funcionado em ciclos de boom-colapso, explorando “estoques pesqueiros” até que a atividade se tornasse anti-econômica e, depois, passando à espécie seguinte. No mundo há exemplos clássicos, entre eles o colapso das populações de bacalhau (Gadus morhua) no Atlântico Norte, onde se dizia ser possível caminhar sobre os peixes na água tal era sua abundância. Atuns-de-nadadeira-azul (Thunnus thynnus) já foram reduzidos em mais de 85% e caminham para sua extinção ecológica (e eventualmente econômica), enquanto preços cada vez mais elevados e subsídios governamentais dão impulso econômico a uma atividade biologicamente insustentável.

Situação no Brasil

No Brasil, considera-se que 80% dos estoques pesqueiros explorados comercialmente encontram-se sobrexplotados ou já colapsaram. A pesca da sardinha (Sardinella brasiliensis) levou ao colapso das suas populações, que hoje se recuperam apenas devido à imposição de defesos aceitos de má vontade pelos empresários da pesca. Os restos de enlatadoras de sardinhas na Baía da Ilha Grande (RJ) e litoral de São Paulo são testemunhas do colapso do recurso. 

Um caso que deveria ser mais divulgado é o da população brasileira do budião ou peixe-papagaio (Scarus guacamaia), um gigante de 1,20 m e 20 kg, que talvez fosse uma espécie diferente da do Caribe, extinta por pescadores artesanais e caçadores submarinos que visam adultos e por impactos nos manguezais dos quais os juvenis dependem. Mesmo destino tiveram populações locais de vários peixes recifais ou “de toca” e lagostas capturados por pescadores e caçadores submarinos. 

Entre os que mais sofreram declínios estão as caranhas e pargos (Lutjanus spp.), meros (Epinephelus itajara) e garoupas e badejos (Mycteroperca spp). Antes comuns em locais como as ilhas do litoral paulista, estas espécies foram eliminadas das áreas que não contam com proteção. Um dos fatores que contribui para o declínio de espécies como garoupas e badejos é o fato de serem hermafroditas protogínicos. Ou seja, os exemplares grandes são todos machos e sua remoção pela pesca afeta a estrutura populacional e o sucesso reprodutivo.

Invertebrados também têm sido localmente extintos, como o grande búzio (Strombus brasiliensis), que ocorria do Ceará ao Espírito Santo e é coletado pela sua carne, enquanto a concha é vendida como souvenir. Este comércio também eliminou populações locais de estrelas-do-mar de maior porte, enquanto o comércio para aquariofilia extinguiu populações da anêmona gigante (Condylactis gigantea) em locais como Búzios (RJ). A coleta para isca de pesca, por sua vez, eliminou poliquetos de grande porte, como o surreal Eunice Sebastiani de boa parte das áreas onde ocorriam.

A pesca de arrasto, que visa principalmente camarões, também destrói habitats, como as pradarias de fanerógamas, e captura outras espécies que se tornaram praticamente extintas. Um exemplo clássico são as vieiras (Euvola ziczac) na costa sudeste do Brasil, ainda comuns na década de 1970, ou os cações-viola (Rhinobatos spp.) e várias estrelas-do-mar. Deve-se também enfatizar que a pesca com espinhéis pelágicos voltada a atuns, tubarões e peixes de bico é uma das principais causa do declínio de tartarugas-marinhas e albatrozes, além dos próprios tubarões.

Tubarões, peixes-serra (Pristis spp.) e raias-manta (Manta e Mobula spp.), que em geral apresentam baixa fertilidade e levam às vezes mais de 10 anos para atingir a maturidade sexual, constituem um dos grupos mais ameaçados, com extinções totais em grande parte de antigas áreas de ocorrência (exemplo, os peixes-serra no leste brasileiro) e declínios generalizados. 

Por exemplo, descrito por Jacques Cousteau como o mais abundante no planeta, o tubarão-galha-branca-oceânico (Carcharhinus maou ou longimanus), teve declínio de mais de 90% no Atlântico Ocidental. Tubarões-de-galápagos (Carcharhinus galapagensis) eram tão comuns nos remotos Penedos de São Pedro e São Paulo na década de 1970 que dificultavam o desembarque e o mergulho. Esta população foi totalmente extinta por barcos espinheleiros que continuam atuando na região.

Endêmico do litoral orlado por manguezais sob influência da descarga do rio Amazonas, o cação-quati (Isogomphodon oxyrhynchus) sofreu um colapso populacional superior a 90% como resultado da captura em redes de espera e arrasto e está gravemente ameaçado de extinção. No litoral do Rio Grande do Sul, a pesca levou a reduções drásticas nas populações de cações-anjo (Squatina spp.), violas (Rhinobatos horkelii) e cações-listrados (Mustelus fasciatus), especialmente quando praticada nas áreas de reprodução. Hoje, esses animais estão ameaçados de extinção. 

A pesca de arrasto continua a ocorrer nesta região, apesar de restrições legais, devido à falta de fiscalização no mar e o expediente dos barcos pesqueiros desembarcarem sua captura com auxílio de embarcações menores que evitam o controle dos terminais de pesca onde há fiscais. 

Efeito Dominó

Peixe-papagaio-arco-íris (Scarus guacamaia). Foto: Fabio Olmos


O colapso de populações leva a um rearranjo das comunidades e ecossistemas já que espécies que se tornam funcional ou ecologicamente extintas podem causar efeitos-dominó. O colapso de populações de peixes abundantes e com alto conteúdo energético como sardinhas, manjubas e cavalas afeta seus predadores, que podem também ter suas populações reduzidas ou utilizar outras espécies até então livres de predação. Também são perdidas interações importantes, como aquelas entre aves marinhas que se alimentam em associação a atuns e outros predadores oceânicos. Em diversas partes do mundo nota-se um aumento nas populações de águas-vivas e ctenóforos associado ao declínio das populações de peixes explorados comercialmente, indicando mudanças fundamentais nos ecossistemas.

A forma mais eficiente de enfrentar a extinção de espécies marinhas é estabelecer áreas protegidas como zonas de exclusão de pesca, parques e reservas marinhas onde a pesca (mas não outras atividades) é proibida. Na verdade, sabe-se hoje que estas áreas podem aumentar a produtividade pesqueira de uma região por atuarem como uma fonte de recrutas que colonizam as áreas sujeitas à pesca.

Infelizmente, no Brasil, as áreas protegidas na zona costeira ocupam apenas 1,5% de nossos mares, e mesmo este percentual inclui em sua maior parte restingas e manguezais. Não há nenhuma unidade de conservação federal de proteção integral totalmente marinha. Somente 18% dos estuários estão em áreas protegidas e este índice cai para 0,2% quando se considera apenas as unidades de proteção integral. 

No caso dos manguezais, o porcentual total de proteção chega a 75% se são consideradas as áreas de proteção ambiental (APAs), categoria de “proteção” que na verdade tem pouco valor na prática. O percentual cai para 13% se ao consideradas apenas as unidades de proteção integral. Deve-se notar que o Código Florestal considera manguezais áreas de preservação permanente, embora na prática esta disposição seja contornada por obras de “interesse social” como portos e instalações industriais.

Mesmo nas reservas existentes há problemas de gestão, como exemplificado pela Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo, onde a caça submarina é comum mesmo em áreas proibidas e a pesca industrial ainda ocorria com conivência dos “extrativistas”.

Regiões importantes continuam desprotegidas sem que haja esforço para sua proteção. Entre estas estão as áreas de reprodução de cações e violas no Rio Grande do Sul, os montes submarinos da cadeia Vitória-Trindade, o Arquipélago de São Pedro e São Paulo, estuários e ilhas costeiras no litoral sudeste, estuários no Maranhão e Pará e recifes na plataforma continental entre a Bahia e o Espírito Santo, além do entorno de ilhas. No último caso, há os exemplos da ilha de Queimada Grande e o arquipélago de Alcatrazes, onde uma proposta de parque nacional marinho aguarda há décadas para avançar.

Estas seriam áreas a considerar caso o Brasil deseje atingir os 12% de áreas marinhas protegidas que as Nações Unidas propõem como meta para 2020.

*Texto adaptado de Espécies e Ecossistemas, mais recente livro de Fabio Olmos

E-book "Catalogue of the benthic marine life from Peregrino oil field, Campos Basin, Brazil"



Divulgamos a recente publicação do e-book "Catalogue of the benthic marine life from Peregrino oil field, Campos Basin, Brazil" editado por Frederico Tapajós de Souza Tâmega, Paula Spotorno de Oliveira, Marcia Abreu de Oliveira Figueiredo, em parceria com o Instituto de Biodiversidade Marinha

O livro está disponível para acesso no Catálogo do Sistema de Bibliotecas da FURG, através do endereço http://www.argo.furg.br/

Sobre os autores:

Frederico Tapajós de Souza Tâmega - Possui graduação em Bacharelado e Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Santa Úrsula (2000), Mestrado (2003) e Doutorado (2010) em Ciências Biológicas (Botânica) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro / Museu Nacional. Publicou artigos científicos em periódicos especializados nacionais e estrangeiros, além de livro e capítulos de livros. Tem experiência na área de Botânica, com ênfase em taxonomia de algas calcárias incrustantes (Rhodophyta, Corallinales), colonização de macroalgas em recifes, bioconstrução de recifes por algas calcárias incrustantes. Experiência na área de Zoologia, com ênfase em ontogenia e forrageamento de peixes budiões (Labridae), bioerosão em recifes por peixes e dispersão de macroalgas por peixes. Experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ecologia Marinha, atuando nos seguintes temas: biodiversidade marinha e ecologia de corais.
Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/4509997221538624

Paula Spotorno de Oliveira - Possui graduação em Ciências Biológicas - Bacharelado, Doutorado em Oceanografia Biológica e pós-doutorado pela Universidade Federal do Rio Grande - FURG. Atualmente é pesquisadora colaboradora do laboratório de malacologia do Museu Oceanográfico "Prof. E. C. Rios" e Laboratório de Ecologia de Invertebrados Bentônicos, Instituto de Oceanografia da FURG. Tem experiência na área de Zoologia, com ênfase em Zoologia de Invertebrados, atuando principalmente nos seguintes temas: taxonomia de mollusca, identificação de moluscos marinhos, moluscos marinhos formadores de recifes, Família Vermetidae, malacofauna de poças de maré, Banco de imagens e dados, curadoria de coleções científicas, mergulho científico.
Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/3018487832316361

Marcia Abreu de Oliveira Figueiredo - Graduou-se em Ciências Biológicas pela Universidade Santa Úrsula em 1981. Obteve o título de Mestre em Ciências Biológicas (Botânica) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1989, de Doutor em Ecologia pela University of Liverpool, em 1993, e de Especialização em Avaliação de Impacto Ambiental, em 1994. É pesquisador do Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro desde 1983 e docente nos Programa de Pós-Graduação (Botânica) deste Instituto de 2001 a 2009 e docente no Programa de Pós-Graduação (Botânica) do Museu Nacional / Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 1999. É atual Presidente e Diretora do Instituto Biodiversidade Marinha desde 2004. Publicou artigos científicos em periódicos especializados nacionais e estrangeiros, capítulos de livros e publicações de divulgação científica. Orientou monografias, dissertações de mestrado e teses de doutorado. Organizou cursos de aperfeiçoamento e eventos científicos. Participou como membro das Diretorias da Sociedade Brasileira de Ficologia e da Sociedade Brasileira de Estudo dos Recifes de Corais. Áreas de interesse acadêmico são: Oceanografia Biológica, Ecologia de Comunidades, Ecologia Experimental e Botânica (Taxonomia de cryptógamos), com enfoque nas algas calcárias e macroalgas em comunidades recifais, costões rochosos e bancos de rodolitos.
Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/8569412006629378


Vídeos das aulas práticas da disciplina de Dinâmica dos Oceanos I

O Prof. Leopoldo Rota de Oliveira disponibilizou na Internet os primeiros vídeos oriundos das aulas práticas de Dinâmica dos Oceanos I. Estas atividades foram implementadas pelo referido professor no segundo semestre de 2011 e, desde então, novos experimentos têm sido constantemente desenvolvidos para serem aplicados nas aulas. Com isso, o professor Leopoldo atingiu um dos objetivos propostos no projeto de ensino de seu programa de pós-doutorado. Os vídeos podem ser visualizados no link: 
http://www.youtube.com/playlist?list=PLmDRpB11h4PIEdjam6FhdI_7IKd-tqE9E

Fonte: IO/FURG

Lama oceânica contém antibiótico inédito



Um composto antibiótico completamente novo e inusitado foi extraído de um microorganismo marinho encontrado em sedimentos ao largo da costa da Califórnia.

Este novo antibiótico, chamado anthracimycin, parece ser eficaz contra a MRSA (sigla inglesa para Staphylococcus aureus resistente à meticilina - SARM) e o antraz.

A descoberta de novos antibióticos é realmente raro, e especialistas dizem que a resistência aos medicamentos constitui uma grave ameaça para a saúde humana.

A estrutura do anthracimycin, descrita por Kyoung Hwa Jang e colaboradores da Instituição Scripps de Oceanografia, é diferente de qualquer antibiótico natural relatado anteriormente. Os detalhes aparecem na revista alemã Angewandte Chemie, e você pode ler mais em: http://www.bbc.co.uk/news/science-environment-23523507

Fonte: IO/FURG

Professor Paulo Calil convidado para o "Regional Climate Workshop", na Coréia do Sul

O professor Paulo H. R. Calil, do IO-FURG, foi convidado a participar, na condição de palestrante, do segundo "Regional Climate Workshop", a ser realizado de 10 a 12 de setembro na cidade de Busan, na Coréia doSul. Neste simpósio, serão discutidos temas relacionados a aplicações de modelos climáticos em escalas regionais e os possíveis impactos de processos físicos em pequenas escalas no ecossistema marinho. 

Maiores informações podem ser encontradas no site: 


Fonte: IO/FURG

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Mudanças climáticas não põem em risco a existência da Terra, diz cientista

Rápido aumento da temperatura representa uma ameaça maior para a humanidade do que para o planeta, avalia climatologista alemão Ulrich Glasmache (Nasa)


Por Elton Alisson, de Recife

Agência FAPESP – O rápido aumento da temperatura da Terra, observado no período atual, representa uma ameaça mais para a humanidade em si do que para o planeta, que já passou e sobreviveu a diferentes períodos de mudanças climáticas.

A avaliação foi feita pelo climatologista Ulrich Glasmacher, professor da Universidade de Heidelberg, da Alemanha, na conferência que proferiu sobre aspectos geológicos e sociais das mudanças climáticas mundiais na semana passada, durante a 65ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Recife (PE).

De acordo com o pesquisador alemão, o planeta experimenta períodos de frio seguidos de ondas de calor há cerca de 450 milhões de anos. “O Cretáceo (há mais de 100 milhões de anos), por exemplo, foi um dos períodos mais quentes da Terra nos últimos 600 milhões de anos”, disse Glasmacher.

Os níveis de emissão de CO2 na atmosfera naquela época também eram muito altos, como pode ser observado em estudos com fósseis de formigas – inseto que respira o ar e, em seguida, expira o oxigênio, retendo um nível muito alto de CO em seu organismo –, explicou o pesquisador.

Há poucos dados, no entanto, sobre a atividade do Sol naquele período, que influencia a temperatura da Terra e poderia fornecer pistas de como será o clima do planeta no futuro, disse Glasmacher. “O que podemos dizer é que, toda vez que houve um período muito frio [de glaciação] na Terra, ele foi sucedido por um período muito quente”, afirmou.

As mudanças climáticas pelas quais a Terra passou, contudo, não colocaram em risco a sua existência e não causaram o desaparecimento em massa de espécies, ressaltou Glasmacher.

Segundo ele, nenhuma das extinções em massa ocorridas no planeta foi causada por mudanças climáticas, mas sim por vulcões, mudanças nas placas tectônicas, meteoritos ou cometas. E, em todos os casos, o planeta sobreviveu.

“Qualquer cenário previsto como fatal para o planeta é mentiroso e tem o objetivo de causar medo. Por mais devastador que as mudanças climáticas possam ser, a vida e o planeta vão sobreviver sem nós, humanos”, disse.

“O planeta fez isso no passado, quando os dinossauros foram extintos, e a vida na Terra continuou nos milhões de anos seguintes. A questão, agora, é se a humanidade conseguirá sobreviver às mudanças climáticas globais”, ponderou.

Risco de extinção

Na avaliação de Carlos Nobre, secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o risco de as mudanças climáticas causarem o desaparecimento do homem no planeta é, de fato, muito pequeno, uma vez que os humanos desenvolveram capacidades cognitivas que os tornaram uma das espécies mais adaptadas e adaptáveis da Terra.

Além disso, é muito improvável que a concentração de oxigênio no planeta seja modificada nos próximos milhões de anos por efeito das mudanças climáticas, a ponto de ameaçar a vida no planeta.

O problema é que as plantas só conseguem realizar fotossíntese sob uma temperatura de até 48 graus. Se a temperatura média continental atingisse essa faixa, haveria o risco de extinção em massa de espécies por causa da quebra da cadeia alimentar, ressalvou Nobre, que foi o apresentador da conferência de Glasmacher.

“Não que a temperatura média da Terra vá chegar a mais de 40 graus. Mas, se isso acontecesse, haveria o risco de interromper a fotossíntese das plantas e, com isso, o planeta seria muito diferente de hoje, com menos vida e mais desértico – ainda que plantas do deserto façam fotossíntese em um intervalo muito curto de tempo”, disse o pesquisador, que é membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG).

Segundo Nobre, a maior preocupação sobre os possíveis impactos do aquecimento global observado no período antropocênico atual, contudo, não está relacionada ao valor final da temperatura suportada pelas espécies (48 graus), mas à velocidade com que a mudança está ocorrendo, o que poderá dificultar a adaptação de diversas espécies.

“Ter uma variação de cinco graus na temperatura em 200 anos, como acontece agora no Antropoceno, é algo muito raro e não ocorria há muito tempo. Muitas espécies não têm condições de se adaptar a uma mudança climática tão rápida”, afirmou Nobre.

“Se a temperatura levasse um milhão de anos para subir cinco graus, a extinção de espécies seria pequena. Já se isso acontecer em um período entre 50 e 100 anos a extinção será muito grande. E, se ocorrer em um prazo de 30 anos, 40% das espécies seriam extintas – o que, talvez, não possa ser considerada uma extinção em massa, mas é uma perturbação de uma dimensão que só meteoritos e vulcanismos causaram no passado”, comparou.

Relatório do IPCC

Nobre, que é integrante do grupo 2 do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), confirmou que parte do quinto relatório de avaliação do órgão – intitulado AR5 – deverá ser publicado ainda este ano.

“O primeiro relatório, do grupo 1, deve sair ainda este ano, enquanto os relatórios dos grupos 2 e 3 serão divulgados em 2014”, disse Nobre à Agência FAPESP.

“No final de setembro haverá uma reunião para aprovação do Summary for Policymakers”, contou o pesquisador, se referindo a um resumo do relatório, voltado para formuladores de políticas públicas.

O grupo de trabalho 1 avalia os aspectos científicos do sistema climático e o fenômeno das alterações climáticas. Já o grupo de trabalho 2 examina a vulnerabilidade dos sistemas humanos e naturais impactados pelas alterações climáticas, as consequências dessas alterações e busca maneiras de adaptar-se a elas.

O grupo de trabalho 3, por sua vez, avalia o potencial para mitigar alterações climáticas e limitar a emissão de gases do efeito estufa. 

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Avistamento de baleia nesta semana na Praia do Cassino

Baleia chama atenção na praia do Cassino

Foto: Aline Missiunas Costa


No final da manhã desta quarta-feira, a presença de uma baleia na praia do Cassino, na altura entre o loteamento ABC X  e o antigo Terminal Turístico, chamou atenção de surfistas e chegou a ser fotografada pela professora de Educação Física Aline Missiunas Costa. Ela contou que estava esperando uns amigos para surfar e fotografando pessoas que estavam surfando, quando avistou uma baleia. Havia também alguns botos no local e Aline acredita que tinha uma segunda baleia nas proximidades.

No final de semana, uma ou duas baleias já tinham sido vistas no balneário rio-grandino, segundo o biólogo Sérgio Estima, do Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental (Nema). Conforme ele, o exemplar visto ontem é da espécie Franca. As baleias desta espécie costumam ficar na região da Antártica no verão, onde se alimentam. Já no inverno, migram para águas mais quentes para reprodução.


Fonte: Jornal Agora