sexta-feira, 31 de maio de 2013

Aluna da Oceanologia da FURG realiza exposição de fotos na Semana do Meio Ambiente

Exposição fotográfica revela a biodiversidade da região:



O Centro Municipal de Cultura Inah Emil Martensen convida para a exposição “Biodiversidade – Um olhar atento” da fotógrafa Maíra Moita Saüt, no saguão das Faculdades QI, a partir de 3 de junho, às 19h.

A mostra nasce do olhar de uma jovem de 19 anos, estudante do 3º ano do curso de Oceanologia da FURG, que desde os 5 anos de idade retrata a rica flora e fauna da Lagoa Verde e Senandes, local onde vive. A preocupação com a preservação e a sensibilidade para a beleza da natureza que a circunda está evidente no trabalho da artista, que apesar da juventude, já traz no seu currículo uma importante premiação em fotografia P/B, na 24ª Semana Nacional de Oceanografia, ocorrida em Florianópolis/SC, em 2012.

A exposição integra a programação da Semana do Meio Ambiente, que ocorre de 3 a 8 de junho de 2013 e pode ser vista até o dia 5 de julho.

Fonte: Jornal Agora

Lançada homepage do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera (INCT da Criosfera)


Foi lançada a homepage do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera (INCT da Criosfera). Nela os pesquisadores poderão ter acesso direto a mapas padrões para serem usados em publicações. A página também fornece acesso direto a dois bancos de dados bibliográficos sobre regiões frias, neve e gelo, além de links com os principais centros internacionais de pesquisa da criosfera e links para sítios de educação e divulgação científica sobre a criosfera e regiões polares.

O Instituto Nacional de Ciência e tecnologia da Criosfera (INCT da Criosfera) tem como objetivo principal integrar a comunidade científica nacional que investiga o papel das geleiras, manto de gelo, gelo marinho e permafrost na Antártica e nos Andes. Como subproduto desta ação, ampliar a área geográfica de atuação do PROANTAR, adquirindo experiência em missões científicas em condições extremas. 

O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera mantém sua sede no Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Porto Alegre, RS, porém integra nove laboratórios associados dedicados ao estudo da variabilidade de diferentes componentes da massa de gelo planetária - Gelo marinho, geleiras, manto de gelo e permafrost. Dentre estes laboratórios está o Grupo de Oceanografia de Altas Latitudes (GOAL) da FURG, coordenado pelo Professor Maurício Magalhães Mata.

Fonte: INCT da Criosfera

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Técnicas de pesca podem 'acelerar' a morte de baleias, aponta estudo

Cientistas analisaram impacto de redes de arrasto em exemplar de baleia.
Caça e migração de espécimes podem ser afetados por atividade.

A baleia Eg 3911 é vista presa em rede de arrasto. Cientistas afirmam que técnica de pesca reduz a capacidade de migração e caça das baleias e pode provocar a morte delas (Foto: Cortesia de EcoHealth Alliance)

Um monitoramento feito por cientistas durante quase dois anos com um exemplar de baleia-franca-do-Atlântico-Norte (Eubalaena glacialis) concluiu que técnicas de pesca utilizadas por humanos, como as redes de arrasto, reduzem a capacidade de caça e migração desses mamíferos aquáticos e podem causar a morte de espécimes.

O estudo, publicado neste mês no periódico “Marine Mammal Science”, detalha o monitoramento da baleia batizada Eg 3911, encontrada em 2010 na região da Flórida, nos Estados Unidos.

De acordo com os pesquisadores, um equipamento experimental chamado de DTAG, desenvolvido pelo Instituto Oceanográfico Woods Hole e que foi instalado na baleia, captou os movimentos do animal durante o período analisado.

Os cientistas verificaram os mergulhos do animal e detectaram que, quando a baleia ficou presa em redes de arrasto, seus mergulhos e a profundidade alcançada por ela eram alterados negativamente. Além disso, para remover o equipamento, os pesquisadores utilizavam sedativos, que também provocavam a redução da velocidade de natação.

Com as informações do DTAG, os pesquisadores desenvolveram cálculos a partir das medições e constataram que ao ficarem presas em redes de pesca, as baleias passam a gastar até 102% mais energia para escapar do material e reduzem sua velocidade em 20%.

Óbito

Durante o estudo, a baleia Eg 3911 apareceu morta e os cientistas verificaram que a causa foi o fato dela ter ficado enroscada em uma rede de arrasto, que lhe causou ferimentos crônicos. Agora os cientistas querem conscientizar pescadores sobre os prejuízos à vida marinha ao utilizar equipamentos predatórios durante as atividades pesqueiras.

As baleias-francas-do-Atlântico-Norte estão à beira da extinção e são um dos grandes animais raros da terra, de acordo com os cientistas. Estima-se que a população desta espécie varie de 350 a 550 animais no mundo todo.

Fonte: G1 Natureza

Baleias ameaçadas viram comida para cães no Japão, denuncia ONG

Pescadores japoneses cortam blocos de carne de baleia-nariz-de-garrafa de 10 metros de comprimento, abatida para venda em Minamiboso, a leste de Tóquio, em 2008 (Foto: Yoshikazu Tsuno/Arquivo AFP
 


Carnes de baleias ameaçadas de extinção capturadas por caçadores da Islândia estão sendo vendidas no Japão como guloseima de luxo para cães, denunciaram ativistas ambientais nesta terça-feira (28).


A empresa Michinoku Farm, com sede em Tóquio, oferece mordedores feitos com carne de baleia do Atlântico Norte em sua página na internet, esclarecendo que o produto tem "baixo nível calórico, pouca gordura e alto índice de proteínas". O site também comercializa alimentos supostamente feitos com carne de cavalos da Mongólia e cangurus.

O grupo ambientalista japonês Ikan afirmou que esse tipo de comércio é a pior forma de consumismo.

"A razão mais provável para que lojas vendam carne de baleia para mimar animais de estimação é alcançar japoneses emergentes que querem exibir riqueza com algo diferente", explicou Nanami Kurasawa, diretor-executivo do Ikan.

O presidente da Michinoku Farm, Takuma Konno, disse à AFP que a empresa vende produtos legalizados no Japão.

"Os cães são como membros da família para muitos japoneses. (Os ativistas) veem as baleias como animais importantes, mas consideramos os cachorros tão importantes quanto elas."

Apesar da declaração, Konno disse que o produto será retirado do mercado.

Baleeiros cortam e inspecionam carne de baleia de 35 toneladas em junho de 2009. Animal foi um dos dois capturados por navio na Islândia, que junto com a Noruega ainda adota prática (Foto: Halldor Kolbeins/AFP)

Fonte: G1 Natureza

terça-feira, 28 de maio de 2013

Prof. Mauricio Mata do IO-FURG participará do evento do Joint Scientific Comitee do World Climate Research Program (WCRP)




O Prof. Mauricio Mata participará no evento do Joint Scientific Comitee do World Climate Research Program (WCRP), a ser realizada em Brasília, do dia 27 a 31 de maio.

  Mais informações sobre o evento podem ser acessados em:

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Livro



A Biblioteca Setorial acaba de receber por doação o livro "Un manual de protocolos para evaluar la contaminación marina por efluentes domésticos", dos autores Pablo Muniz, Paulo Lana, Natalia Venturini, Rodolfo Elias, Eduardo Vallarino, Claudia Bremec, Cesar Martins e Leonardo Sandrini Neto.

Quem desejar obter uma cópia da obra deve contatar o Prof. Paulo Lana através do e-mail lana@ufpr.br.

Profissão

Profissional oceanógrafo

O oceanógrafo é um profissional de formação técnico-científica direcionada ao conhecimento e à previsão do comportamento dos oceanos e ambientes transicionais sob todos os seus aspectos, capacitado a atuar de forma transdisciplinar nas atividades de uso e exploração racional de recursos marinhos e costeiros renováveis e não renováveis. É um profissional de visão crítica e criativa para a identificação e resolução de problemas, com atuação empreendedora e abrangente no atendimento às demandas da sociedade.

Como profissão nova no Brasil, a Oceanografia ainda enfrenta problemas decorrentes de sua pouca divulgação, mas, em pouco tempo, deverá ocupar seu lugar de destaque no cenário nacional. O setor público, onde se situam muitas das principais Universidades do país, representa uma importante parcela do mercado de trabalho para o Oceanógrafo. Na iniciativa privada, a aquicultura e a pesca, ambas na área biológica, e a engenharia oceânica, na área física e geológica, são exemplos de setores que representam um grande potencial de emprego para Oceanógrafos.

Na Oceanografia Química, a solução de problemas relacionados à poluição ambiental em áreas costeiras é uma outra forma de ocupação para esses profissionais.

Na gestão ambiental também pode atuar o Oceanógrafo, e esta constitui-se no processo de articulação das ações dos diferentes agentes sociais que atuam em um dado espaço, visando garantir com base em princípios e diretrizes previamente acordados e definidos, a adequação dos meios de exploração dos recursos naturais, econômicos e sócio-culturais de acordo com a especificidade do meio ambiente. De forma análoga, o Oceanógrafo também pode trabalhar em projetos de conservação e proteção da biodiversidade, tal como o Projeto TAMAR e outros do gênero. Em 31 de julho de 2008 foi sancionada a Lei Federal N° 11.760/2008 que regulamenta o exercício da profissão de oceanógrafo no Brasil.


CAMPOS DE ATUAÇÃO


O amplo conteúdo curricular dos Cursos de Graduação de Oceanografia permite ao profissional Oceanógrafo atuar com competência e precisão em diversas áreas de análise ambiental. A existência de disciplinas básicas e profissionalizantes nas áreas de Física, Química, Geologia e Biologia atesta essa competência. Tal fato é reforçado pela carga horária prática que tais disciplinas têm nos cursos, geralmente uma hora de aula prática para cada hora de aula teórica. Além disso, na formação do Oceanógrafo, o freqüente contato direto com os ambientes naturais marinhos e costeiros o torna um profissional especialmente treinado para atividades de amostragem de parâmetros ambientais e biológicos e para resolução de problemas de ordem práticas. Veja alguns exemplos:



Fonte: IO/USP


SeaWorld faz 'nevar' na Flórida em nova área dedicada aos pinguins

É a maior expansão da história desse parque muito visitado por brasileiros.
Atração tem 250 pinguins, geleiras artificiais e passeio em carro magnético.

Nova área tem colônia de pinguins (Foto: Flávia Mantovani/G1)

Faz um calor de mais de 30ºC na Flórida, mas há um canto de Orlando onde está nevando e é preciso usar casaco para aguentar as baixas temperaturas. Esse lugar é “Antarctica”, a nova atração do SeaWorld, que é toda dedicada aos pinguins e foi inaugurada na tarde desta quinta-feira (23).

É a maior ampliação da história do parque, que completa 50 anos em 2014 e é famoso entre os brasileiros: o Brasil já é o segundo país que mais envia turistas estrangeiros ao local, atrás apenas do Reino Unido.

A área "Antarctica: Empire of the Penguin" (Antártica: Império do Pinguim) tenta reproduzir o ambiente do continente gelado, com paredes em forma de geleira, marcas de patas de pinguins em alguns lugares do chão e um restaurante em forma de base científica.

Na atração principal, o visitante sobe em um carrinho que simula o movimento de deslizar no gelo com uma tecnologia sem trilhos, à base de ímãs. A velocidade e os movimentos do passeio são decididos pelo turista, que pode escolher entre “suave” e “selvagem” (este último nem tão selvagem assim).

Nesse percurso, é contada a história de um personagem, o pinguim Puck, desde o seu nascimento.

No final, chega-se a uma colônia com cerca de 250 pinguins de quatro espécies diferentes (Gentoo, Adélia, Penacho Amarelo e Rei), que podem ser vistos em terra e também nadando, por meio de vidros transparentes.

Nova área do Sea World reproduz geleira
(Foto: Flávia Mantovani/G1)


Sem vidro

Segundo Brian Morrow, diretor criativo do parque, a grande diferença dessa nova área para o espaço do parque onde ficavam os pinguins anteriormente é que desta vez não há divisão entre os turistas e os animais. “O antigo só podia ser visto atrás do vidro, e era mais difícil se conectar com os animais”, diz.

Sem a barreira de proteção, é possível ver os animais de perto, caminhando desajeitadamente, nadando com destreza ou arrancando risadas do público quando pulam subitamente da água para o gelo – e também sentir o impacto da temperatura de 0ºC do ambiente e um suave cheiro de peixe que persiste apesar dos equipamentos usados para purificar o ar.

Além do controle da temperatura e da neve que cai sobre os animais, a iluminação reproduz a luz típica de cada época do ano no Hemisfério Sul, com ciclo de inverno e verão simulando o continente antártico. Isso é importante para que os animais continuem seu ciclo natural, que inclui reprodução e troca de penas.

Segundo o diretor criativo do parque, a ideia era criar uma versão hiperrealista da Antártica, e por isso foram usados materiais especiais para simular o brilho da luz no gelo, por exemplo. Desde a concepção do projeto até sua finalização, passaram-se três anos. O parque afirma que se trata do maior investimento já feito, mas não divulga os números.

Nova área tem colônia com 250 pinguins (Foto: Flávia Mantovani/G1)


Carrinhos que deslizam sobre o gelo são novidade em 'Antarctica' (Foto: Divulgação/Sea World)


Restaurante tem forma de estação científica (Foto: Flávia Mantovani/G1)


Pinguim-de-penacho-amarelo (Foto: Divulgação/SeaWorld)



sexta-feira, 24 de maio de 2013

Oceanógrafo americano Jeffrey Richey coordenará pesquisas no Brasil

Por: Elton Alisson

Agência FAPESP – O professor Jeffrey Edward Richey, da Escola de Oceanografia da Universidade de Washington, dos Estados Unidos, virá mais vezes ao Brasil nos próximos cinco anos e permanecerá no país mais tempo do que estava habituado.

O professor, que estuda o papel dos rios amazônicos no ciclo de carbono desde o final da década de 1970, em colaboração com pesquisadores do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba, teve um Projeto Temático aprovado no âmbito do programa São Paulo Excellence Chairs (SPEC), da FAPESP.

Programa-piloto da FAPESP que busca estabelecer colaborações entre instituições do Estado de São Paulo e pesquisadores de alto nível radicados no exterior, o SPEC já aprovou quatro projetos desde que foi instituído, no final de 2012.

A meta do programa é atrair para o país cientistas de renome, a fim de que coordenem projetos temáticos em sua área de atuação em universidades e laboratórios paulistas.

Os pesquisadores seguem vinculados a suas instituições de origem, mas devem permanecer no Brasil 12 semanas por ano ao longo dos cinco anos – ou mais – de duração do projeto, coordenando um grupo de bolsistas da FAPESP, entre pós-doutores, doutores e até alunos de iniciação científica.

Primeiro estrangeiro

Richey é o primeiro pesquisador estrangeiro selecionado para o programa. O pesquisador, que participou dos primeiros cruzeiros do navio Alpha Heliux pertencente à frota oceanográfica dos Estados Unidos na bacia do Amazonas, contou em entrevista à Agência FAPESP as razões que o motivaram a pesquisar no Brasil de forma mais intensiva, por meio do programa, e as suas principais descobertas sobre emissão e absorção de gás carbônico pelo rio Amazonas ao longo de mais de três décadas de estudos na região.

A mais recente delas foi publicada na edição desta semana da revista Nature Geoscience. O artigo Degradation of terrestrially derived macromolecules in the Amazon River (doi: 10.1038/NGEO1817), de Jeffrey Richey e outros, pode ser lido por assinantes da Nature Geoscience em www.nature.com/ngeo/index.html.

“A vinda do professor Richey para participar desse projeto consolida nossa colaboração de décadas que, além de ter trazido diversos resultados, contribuiu para a formação de pesquisadores na área. Eu mesma fui formada dentro do grupo dele no Cena”, disse Maria Victoria Ramos Ballester, professora do Cena, e uma das pesquisadoras principais do projeto. Confira abaixo a entrevista concedida durante visita à FAPESP, em São Paulo.

 Agência FAPESP – Como começou sua colaboração com pesquisadores do Brasil? 
Jeffrey Edward Richey – Sempre tive muito interesse em fazer pesquisa no Brasil, especificamente na Amazônia. Fiz parte de um dos primeiros cruzeiros do navio Alpha Heliux, da frota oceanográfica dos Estados Unidos, entre 1976 e 1977, ao longo dos rios Amazonas, Solimões e Negro. Desde então, eu me interesso muito pelos grandes desafios de pesquisa que a região apresenta em temas como ciclo de carbono. Em 1980, comecei a trabalhar com Eneas Salati, então diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), que logo depois virou diretor do Cena. Nessa época, ele me apresentou a pesquisadores do Cena, como Reynaldo Victoria, e, em 1982, começamos um projeto chamado “Carbon in the Amazon River Experiment” (Camrex, na sigla em inglês), que originou um grande programa de pesquisa na Amazônia. Ao longo desse programa, que durou dez anos, fizemos uma série de cruzeiros, com duração de até sete semanas, saindo de Manaus com destino ao Baixo Amazonas (na região do Pará), ao Alto Amazonas e a outros lugares da bacia do Amazonas. O programa foi muito bom para o avanço do conhecimento sobre a região, envolveu vários estudantes brasileiros e permitiu a formação de pesquisadores sobre os processos que controlam a distribuição de elementos bioativos nas margens do rio Amazonas no Brasil. Fomos o primeiro grupo do mundo a estudar esse tema. O primeiro financiamento para esse projeto foi feito pela National Science Foundation (NSF), dos Estados Unidos. Logo depois, também obtivemos apoio da Nasa, por meio do projeto “Experimento da Camada Limite na Amazônia” (Able, na sigla em inglês). Mais recentemente, participei do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia (LBA, na sigla em inglês), que foi um grande projeto de pesquisa [do governo brasileiro, liderado pelo Inpa], com muitos pesquisadores brasileiros em posição de liderança, além de outros projetos com apoio da FAPESP. Depois de tudo isso, ainda tenho interesse em continuar pesquisando na Amazônia.

Agência FAPESP – Por quê? 
Richey – Porque só estamos no começo do trabalho de pesquisa sobre o papel do Baixo Amazonas no ciclo de carbono. Deu para ver que esse tipo de estudo é viável. Até então nunca tinha sido feito algo do gênero e da maneira que fizemos. Ainda temos muitas perguntas sobre como funciona o processo de absorção e liberação de gás carbônico pela Bacia Amazônica. Além do fluxo enorme de água que possui, o Amazonas tem rios tributários, como o Tapajós, o Xingu, o Tocantins e o Vargem Grande. Precisamos saber qual o papel desses rios no ciclo final de carbono do rio Amazonas. A região também passa por um processo de desenvolvimento. Há empresas se estabelecendo lá e há produção de soja em algumas áreas. Também precisamos avaliar como os fatores sociais e econômicos afetam o ciclo de carbono. Os avanços tecnológicos dos últimos anos abrem perspectivas de pesquisa totalmente diferentes das que tínhamos no começo dos estudos sobre o papel da bacia do Amazonas no ciclo de carbono. Agora, com o apoio desse projeto da FAPESP, poderemos adquirir instrumentos que nos ajudem a responder essas perguntas.

Agência FAPESP – Que tipos de equipamentos? 
Richey – Espectrômetro de massa, por exemplo. Antigamente um equipamento como esse [usado em análises de componentes químicos presentes em um material] era delicado, enorme – ocupava quase uma sala inteira – e exigia que fizéssemos as análises de maneira muito mais lenta. Antes dava para fazer, no máximo, 12 medições em um mês da composição isotópica do carbono que sai da Bacia Amazônica – ou seja, o carbono 13 que tem CO2 – porque tínhamos de coletar as amostras e enviar para um laboratório ao retornar de um cruzeiro. Agora, dá para pegar os tubos com as amostras de água de um rio, jogá-las diretamente em um equipamento portátil do tamanho de uma caixa de isopor e obter os resultados da composição isotópica do carbono liberado pelo rio na hora. O desafio agora é processar toda essa quantidade de informação.

Agência FAPESP – Quais as principais descobertas feitas com essa série de colaborações? 
Richey – Um dos aspectos da nossa pesquisa que mudou o entendimento sobre ciclo de carbono foi que mostramos que o próprio sistema fluvial da Amazônia já tem um papel grande no ciclo de carbono ao emitir CO2, porque tem muito CO2 na água. Observamos os rios da Amazônia “respirando”, absorvendo e emitindo gás carbônico para a atmosfera mais ou menos da mesma forma como faz a vegetação amazônica. Essa descoberta foi uma grande surpresa para a comunidade de pesquisa na área e deu origem a novas perguntas sobre o funcionamento desse processo de absorção e liberação de gás carbônico pelos ambientes aquáticos da Amazônia e por que tem tanto CO2 na água do Baixo Amazonas. Ao mesmo tempo, ficou óbvio que há outros sistemas fluviais no mundo onde ocorre esse mesmo processo. Com isso, mudamos a perspectiva mundial sobre o funcionamento desses sistemas fluviais.

Agência FAPESP – Quais os principais desafios para os estudos sobre o papel dos rios amazônicos no ciclo de carbono? 
Richey – A realização de amostragem do carbono absorvido e emitido pela malha hidrográfica da Amazônia, sem dúvida, representa um grande desafio. Mas, por meio dessa série de projetos nas últimas décadas, deu para começar a entender a dinâmica desse processo e saber qual o volume e a composição química da água dos rios da Amazônia que segue para o mar. Agora estamos dando os primeiros passos para medir a quantidade de carbono que sai da Bacia Amazônica e segue para o oceano e, ao mesmo tempo, formando pessoal na região para nos auxiliar nos estudos. A logística é um pouco complicada e precisamos de pesquisadores e pessoas da própria região para nos ajudar. Já temos uma boa base em Macapá, Belém e Santarém, com pesquisadores formados por meio do projeto LBA e que agora se tornaram professores. Formamos a Rede Beija-Rio (um trocadilho com a palavra beija-flor), por meio da qual fazemos amostragens da Bacia do Amazonas de forma muito mais fácil e rápida. Mas a falta de pesquisadores e pessoal na região para trabalhar em estudos como esse ainda representa um problema sério. São necessários barcos, apoio logístico e pessoas capazes para lidar com tudo isso. Além do mais, a região é quente, a logística é péssima e os pesquisadores precisam deixar suas famílias por um tempo para fazer os estudos. Por isso, há poucos pesquisadores de São Paulo, por exemplo, que conhecem a Amazônia. É preciso ter resistência física. Os pesquisadores que conseguem vencer todos esses problemas adoram a experiência, que é muito fascinante, interessante e até mesmo divertida.

Agência FAPESP – Que tipos de problemas o senhor pretende abordar durante o projeto que tem apoio da FAPESP? 
Richey – Pretendemos avaliar, por exemplo, qual o comportamento sazonal do fluxo hidrológico e da composição química da água dos rios da Bacia Amazônica. A água do rio Amazonas que passa pelo estação de observação em Óbidos, no Pará, por exemplo, é totalmente diferente da observada em outros lugares da bacia. É uma água clara, com coloração verde, que pode ter carbono orgânico melhor para os organismos que habitam nela. Também queremos avaliar qual a real contribuição da pluma de água que sai do rio em direção ao oceano, e quais as consequências das mudanças no fluxo de água que sai do rio no oceano. Esse conjunto de questões integra um conceito de pesquisa que chamamos de “trocas líquidas do ecossistema”. O segundo aspecto a analisar é o metabolismo da água da Bacia do Amazonas – ou seja, qual sua produção primária versus sua “respiração”. Sabemos que a respiração é muito maior no próprio rio do que em suas margens, mas também observamos muitos sinais de produção primária em outros locais. Por isso, precisamos entender melhor onde se produz o CO2, se dentro do rio – no dossel d’água – ou mais na várzea.

Agência FAPESP – Já existe alguma publicação sobre o assunto? 
Richey – Esta semana publicamos um artigo na Nature Geoscience, um dos primeiros resultados do Projeto Temático apoiado pela FAPESP, demonstrando, por exemplo, que a lignina e outras macromoléculas do material orgânico encontrado no rio Amazonas contribuem significativamente para emissão de CO2 pelo rio. Já havíamos publicado outro trabalho na Nature, em 2002, demonstrando que a provável origem da maior parte do carbono liberado pelo rio Amazonas é a matéria orgânica (plantas e animais) transportada pela chuva das terras mais altas, não inundáveis, e de áreas de floresta que permanecem embaixo d’água parte do ano, para os rios e riachos. Em outro artigo, também publicado na Nature, em 2005, indicamos que a idade desse material orgânico que está sendo respirado pelo rio é mais jovem do que se achava. Nós pretendemos durante esse projeto abordar quais são as fontes específicas de emissão de carbono do rio Amazonas, que tem consequências para o ciclo de carbono, além de medir a vazão e analisar qual a estrutura isotópica do carbono que sai da água. Isso pode nos indicar qual a fonte desse CO2. Queremos contar com a participação de muitos alunos e pessoas da região e de São Paulo para trabalhar nesse projeto.

Agência FAPESP – A sua ideia é aproveitar a rede de colaboração construída ao longo dessas últimas décadas para fortalecer os esforços de pesquisa no projeto? 
Richey – Exatamente. Com base na minha experiência em pesquisa, posso dizer que é mais difícil fazer o “coração” do projeto. Depois, fazer as artérias é bem mais fácil.

Agência FAPESP – O projeto envolverá pesquisadores de quais instituições? 
Richey – Envolverá, com certeza, pesquisadores do Cena e da USP, como Paulo Artaxo e Humberto Rocha. Também deveremos contar com a colaboração de pesquisadores do Inpe. Também pretendo obter apoio da NSF para trazer alguns estudantes dos Estados Unidos para realizar intercâmbio de pesquisa. O projeto deverá colaborar para a criação de um núcleo de pesquisadores na área de estudos sobre a contribuição dos sistemas fluviais no ciclo de carbono, que é um dos objetivos do programa SPEC, da FAPESP.

Agência FAPESP – Serão pesquisadores de quais áreas? 
Richey – Serão pesquisadores da área de hidrologia, modelagem climática e química orgânica, entre outras. Acho que deveremos ter estudos novos na área de genômica dos organismos encontrados no rio Amazonas.

Agência FAPESP – De que forma o senhor coordenará o projeto? 
Richey – Devo permanecer, mais ou menos, três meses por ano no Brasil e serei professor visitante da USP. Mas é bem provável que permaneça mais tempo do que isso. Estou muito empolgado com essa possibilidade de fazer pesquisa em São Paulo por um período de tempo maior do que o de outros projetos. 


Google Street View mapeia Ilhas Galápagos e sua biodiversidade


Uma equipe do Google foi até as Ilhas Galápagos, no Equador, com objetivo de captar imagens da biodiversidade local e colocar no serviço Street View.

Tartarugas-gigantes, tubarões-martelo, pássaros multicoloridos e o terreno acidentado das ilhas poderão ser visualizados por todos, de qualquer parte do mundo, a partir de computadores, tablets ou smartphones. 

Alpinistas portando mochilas com equipamentos fotográficos e mergulhadores com câmeras subaquáticas, que capturavam imagens em 360º, podiam ser vistos pela região.Neste momento, segundo a agência de notícias Associated Press, o Google processa e edita as imagens para colocá-las no Street View este ano.

De acordo com o texto, cientistas estão colaborando com a empresa na busca de novas espécies, com objetivo de atualizar as imagens do serviço a cada ano. “Esperamos que todas as crianças em escolas do mundo possam ver essas imagens e tentar descrever o que há nelas, mesmo as pequenas criaturas, como os insetos”, disse Daniel Orellana, pesquisador da Fundação Charles Darwin.


Orellana e outros cientistas supervisionaram os exploradores em áreas isoladas, cujo acesso é proibido aos turistas e raramente têm permissão concedida para visitação. Regiões das ilhas que costumeiramente recebem visitantes também foram monitoradas, com o objetivo de analisar o impacto humano no meio ambiente.

Amazônia também foi monitorada

Em 2011, equipes do Google também estiveram na Amazônia brasileira, no intuito de registrar a biodiversidade local. Trechos do Rio Negro e comunidades próximas, no estado do Amazonas, foram fotografadas para o serviço Street View. As imagens do Rio Negro foram capturadas por barcos acoplados a um triciclo com câmeras. Esse veículo também foi usado em terra para mapear as comunidades da região, em vez do carro que normalmente faz as fotografias nas cidades, mas que não poderia circular pela floresta.



Câmera subaquática, que capta imagens em 360º, foi utilizada por mergulhadores para registrar a biodiversidade marinha da região (Foto: Catlin Seaview Survey/Google)



Foto mostra arraia nadando próxima a mergulhador, durante captura de imagens para o Google Street View (Foto: Catlin Seaview Survey/AP)

Fonte: G1 Natureza






Autoridades defendem cooperação científica entre países na Antártica

Apelo foi feito na abertura da 36ª reunião sobre o Tratado da Antártica.
Falta de colaboração entre países seria empecilho para pesquisas.




A cooperação científica internacional deve ser reforçada na Antártica a fim de preservar o continente, defenderam nesta quarta-feira (22), em Bruxelas, o príncipe Albert II de Mônaco, o ex-primeiro-ministro francês Michel Rocard e seu antigo colega australiano Robert Hawke.

O apelo foi feito durante a abertura da 36ª reunião consultiva sobre o Tratado da Antártica, criado há 50 anos para proteger o continente e que tem o Brasil como signatário.

"A pesquisa na Antártica sofre uma divisão lamentável. Este continente dedicado à ciência (...) não beneficia suficientemente os programas científicos coordenados internacionalmente", disse o príncipe Albert II.

Nas 80 principais estações de pesquisa instaladas na Antártica, "apenas duas podem ser qualificadas de internacionais e ainda assim não abrigam mais que dois países por vez", acrescentou o príncipe, insistindo nas vantagens "econômicas, ecológicas e diplomáticas" de um unificar as pesquisas.

Cinquenta países integram o Tratado sobre a Antártica, que entrou em vigor em 1961 para garantir a utilização deste continente para fins pacíficos. Em vigor desde 1998, um protocolo, relativo à proteção ambiental na Antártica, considera o continente "uma reserva natural dedicada à ciência e à paz".

Internacionalização de infraestruturas

A cooperação científica internacional na Antártica deve permitir a implantação comum de infraestruturas e da logística, declarou Michel Rocard, embaixador francês para os polos Ártico e Antártico ao fazer a leitura do apelo comum. "É ao menos surpreendente constatar que não existe quase iniciativa alguma de internacionalização das infraestruturas e da logística na zona do tratado", constatou.

"Se contemplarmos as vantagens potenciais que representa a mutualização dos meios e dos custos logísticos, sem esquecer a redução do impacto ecológico, esta situação é ainda mais surpreendente", destacou.

Rocard pediu que as partes do tratado "decidam abrir um espaço de discussão e reflexão" sobre o tema, já que é mais necessário em uma época de "crise mundial e de dificuldades orçamentárias dos Estados".
O benefício seria "duplo", segundo os signatários do apelo: "um desenvolvimento melhor da ciência e o reforço da harmonia internacional" na Antártica.

O príncipe Albert insistiu ainda na necessidade de uma mobilização "mais ampla possível" pela Antártica, um "continente essencial para a sobrevivência", onde "os obstáculos e perigos são cada vez mais ameaçadores". "O perigo da pesca predatória começa a se impor de forma muito séria', constatou, fazendo um apelo pela 'criação de áreas marítimas protegidas" e de uma extensão dos princípios do tratado para as zonas marítimas adjacentes à Antártica.




Fonte: G1 Natureza

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Seleção para mestrados e doutorados do Instituto de Oceanografia

Estão abertas as inscrições para participar dos processos de seleção aos Programas de Pós-Graduação em nível de Mestrado e Doutorado da Oceanografia Biológica e Aquicultura.

Para maiores informações acesse: http://www.siposg.furg.br/

Conheça a ESANTAR - Estação de Apoio Antártico





A Estação de Apoio Antártico (ESANTAR), presta apoio logístico às expedições brasileiras que se deslocam ao Continente Antártico, no âmbito do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), e também é responsável pela administração da frota de embarcações da FURG. A ESANTAR é constituída por uma Diretoria e duas Divisões, assim estruturadas:

Divisão de Apoio às Operações na Antártica

Essa Divisão é responsável pela manutenção e guarda do material utilizado nas operações, bem como pela conservação do vestuário, vestimentas especiais e equipamentos utilizados em cada Operação Antártica. Compete à referida Divisão receber e conferir todo o material desembarcado em Rio Grande, oriundo da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), revisá-lo e, se necessário, providenciar conserto e enviá-lo para a EACF em um dos voos de Apoio Antártico, ou por intermédio do Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel.

Grande parte do material enviado à Estação Antártica Comandante Ferraz é adquirida pela ESANTAR, acondicionado em caixas apropriadas para o tipo de transporte utilizado e encaminhado para o continente antártico.

Cada operação tem a duração de um ano, tendo início com a saída do NapOc Ary Rongel, do porto do Rio de Janeiro, com uma única escala, na cidade do Rio Grande, que ocorre anualmente entre os meses de outubro e novembro, para complementação da carga previamente preparada pela Divisão de Apoio às operações na Antártica e destinada a atender às necessidades da EACF, bem como aos projetos de pesquisa desenvolvidos naquele Continente por professores e pesquisadores de diversas instituições brasileiras de universidades públicas e privadas.

Para complementar a OPERANTAR, em torno de doze voos de apoio são necessários para a troca de pesquisadores e para propiciar a visita de autoridades ligadas ao Programa, bem como para o envio de diversos materiais para a EACF. A permanência do NapOc Ary Rongel na Antártica tem a duração de cinco a seis meses. Ao longo desse período, realiza frequentes deslocamentos para dar suporte aos projetos de pesquisa e levantamentos cartográficos realizados para a Marinha do Brasil.

Seu retorno ocorre entre os meses de março e abril de cada ano, quando, de passagem pelo porto do Rio Grande, descarrega o material utilizado nos projetos de pesquisa e equipamentos que necessitam ser reparados e/ou receber manutenção no País, sendo posteriormente armazenados na ESANTAR, para utilização na próxima Operação.

Cabe salientar que a Divisão de Apoio às Operações na Antártica é a única no Brasil a desenvolver tal atividade e, de acordo com informações do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), encontra-se em igualdade de condições operacionais com qualquer congênere no mundo, tanto em relação à diversidade de equipamentos disponíveis quanto à sua estrutura de funcionamento.

Divisão de Apoio à Administração da Frota

Tem como principal equipamento o Navio Oceanográfico Atlântico Sul, que, por suas características técnicas, está apto para pesquisar com os mais diversificados tipos e arranjos de pesca. Possui inúmeros equipamentos para detecção e captura de peixes e outros organismos existentes na costa brasileira. Além disso, oferece outros materiais necessários a estudos incluídos nos programas de graduação e pós-graduação do curso de Oceanologia da FURG, propiciando aos alunos a formação através de aulas práticas e a respectiva contagem de dias de mar, requisito necessário à formação do oceanólogo, cumprido a bordo de embarcações da própria Universidade.

Juntamente com o Navio Oceanográfico Atlântico Sul, a Universidade possui a lancha oceânica Larus e ainda outras duas embarcações de pequeno porte, todas destinadas a dar sustentação ao trabalho de pesquisa e graduação dos alunos da FURG.

A Divisão de Apoio à Administração da Frota é a responsável por mantê-la em condições de navegabilidade e fornecer-lhe condições materiais para a realização de pesquisas oceanográficas no estuário da Laguna dos Patos e áreas adjacentes.

Fonte: IO/FURG

Barco Alpha Delphini faz sua primeira expedição científica

Primeiro barco oceanográfico inteiramente construído no Brasil fará sua primeira viagem no litoral de Pernambuco (IO/USP)



Por: Elton Alisson

Agência FAPESP – A comunidade científica do Estado de São Paulo ganhará nas próximas semanas uma segunda nova embarcação, em um período de um ano, para a realização de pesquisas oceanográficas. Trata-se do barco Alpha Delphini, que deverá iniciar na primeira semana de junho sua primeira expedição científica.

Primeiro barco oceanográfico inteiramente construído no Brasil, o Alpha Delphini integra um projeto, submetido à FAPESP pelo Instituto Oceanográfico (IO), da Universidade de São Paulo (USP), no âmbito do Programa Equipamentos Multiusuários (EMU). Foi construído com o objetivo de aumentar a capacidade de pesquisa em oceanografia no Estado.

O projeto também incluiu a aquisição do navio oceanográfico Alpha Crucis, inaugurado em maio de 2012, que já fez até agora sete cruzeiros, incluindo de testes e para fins de pesquisa.

“As duas embarcações se complementam perfeitamente em termos de possibilidades de pesquisas oceanográficas e foram concebidas para atuar dessa forma”, disse Michel Michaelovitch de Mahiques, diretor do IO-USP, à Agência FAPESP.

“O Alpha Delphini tem autonomia e capacidade de pesquisa intermediária entre as pequenas embarcações e os navios oceanográficos disponíveis para pesquisa no Estado de São Paulo e completa uma necessidade que tínhamos de contar com uma embarcação que cobrisse o que chamamos de plataforma continental – uma área que começa na linha da costa e atinge até 200 metros de profundidade”, explicou.

De acordo com Mahiques, o custo total do barco foi de R$ 5,5 milhões. O programa EMU da FAPESP destinou R$ 4 milhões para a construção da embarcação e o restante – motores e uma série de equipamentos científicos – foi financiado com recursos do próprio IO-USP.

O barco – batizado com o nome de uma estrela binária que orbita a constelação de Delphinus (golfinho, na tradução do latim), vista do hemisfério Norte – tem 26 metros de comprimento e capacidade de transportar dez pesquisadores, além da tripulação. Ele foi construído no estaleiro Inace, no Ceará.

A autonomia de navegação do Alpha Delphini é de 10 a 15 dias, dependendo do número de tripulantes, e ele poderá operar em toda a faixa de 200 milhas marítimas da fronteira litorânea.

“Estimamos que a demanda pela utilização do Alpha Delphini será maior do que a do Alpha Crucis, porque é uma embarcação mais adequada para pesquisas na plataforma continental e permite realizar cruzeiros mais curtos e com um custo menor do que os do navio oceanográfico”, comparou Mahiques.

Segundo o pesquisador, como faz parte do programa EMU, o barco poderá ser solicitado para pesquisas de qualquer universidade, inclusive de instituições privadas. Mas o regulamento estabelece prioridade para certos casos, como os projetos financiados pela FAPESP e para uso de pesquisadores do IO-USP. Em seguida, têm preferência os projetos das outras duas universidades estaduais paulistas – Unesp e Unicamp.

“O Alpha Delphini é uma embarcação oceanográfica com as características ideais para a maioria das instituições de pesquisa do Brasil, porque é um barco de porte médio, com um custo relativamente baixo, se comparado aos navios oceanográficos, e com condições de permitir estudos na plataforma continental para os quais há uma demanda muito grande”, avaliou Mahiques.

“O barco também tem a importância simbólica de ser a primeira embarcação oceanográfica construída no Brasil, o que demonstra que a indústria nacional tem condições de fazer embarcações de pesquisa”, destacou.

Primeira expedição

A primeira expedição científica do Alpha Delphini está marcada para o início de junho no litoral de Pernambuco, entre a ilha de Itamaracá e o arquipélago de Fernando de Noronha, além da zona costeira de Recife.

Prevista para durar 15 dias, a expedição faz parte de um Projeto Temático, realizado por pesquisadores do IO-USP em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e com a participação da Agence Nationale de la Recherche (ANR), da França, no âmbito de um acordo entre a FAPESP e a Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe).

O objetivo da expedição é avaliar o papel das regiões oceânica e costeira de Pernambuco como absorvedoras ou liberadoras de carbono e identificar quais zonas atuam de uma forma ou de outra.

Região de bifurcação da corrente marinha que vem da África e que se divide – com uma parte da massa d’água seguindo em direção à região Norte e outra para a região Sul do Brasil –, a zona oceânica de Pernambuco sempre foi pouco compreendida, de acordo com Elisabete de Santis Braga, professora do IO-USP e coordenadora do projeto.

Por sua vez, a região costeira do Estado vem aumentando nos últimos anos as emissões de carbono tanto de fração orgânica como de inorgânica, em razão de fatores como o aumento desordenado da ocupação humana.

“A possibilidade de irmos com o barco até Fernando de Noronha possibilitará obter informações oceânicas daquela região, que atua como um pequeno sorvedor de carbono, com águas pobres em nutrientes”, disse Braga.

“À medida que nos aproximarmos da zona costeira de Recife também verificaremos se há uma retenção maior de carbono naquela área em função mesmo da fertilização da água pela atividade humana, que pode ser revertida em um processo positivo se conhecermos melhor sua dinâmica”, avaliou.

Para obter informações sobre transporte de carbono nas regiões oceânica e costeira de Pernambuco, os dez pesquisadores participantes da primeira expedição coletarão amostras de água e de organismos.

Por meio de equipamentos de sondagem, como o CTD (em inglês: conductivity, temperature, depht), será possível obter, por exemplo, dados sobre a condutividade (usada para o cálculo da salinidade), temperatura e profundidade do mar, além da corrente, a velocidade do fluxo e a direção das massas de água.

Já por meio de um equipamento chamado rosette ou carrossel, com garrafas de Niskin de 5 litros, os pesquisadores pretendem conseguir amostras de água de diferentes profundidades para análises químicas e biológicas de aspectos como teor de CO2, índice de pH e composição de nutrientes.

Durante a expedição também serão realizadas coletas de fitoplâncton, para medir a fertilidade da água e o potencial que apresenta para produzir organismos do primeiro nível da cadeia alimentar marinha.

“A maior parte das análises químicas e biológicas da expedição será feita a bordo do barco oceanográfico utilizando os diversos equipamentos de química analítica do laboratório e da ecossonda disponíveis na própria embarcação”, disse Braga.

“O que não for possível ser analisado durante a viagem será congelado na câmara fria que o barco também possui para armazenar amostras de água, sedimentos e organismos, e estudado depois da expedição”, contou.

Vinda a São Paulo

De acordo com Braga, a estreia do Alpha Delphini na expedição científica no litoral de Pernambuco se deveu a uma série de coincidências. Inicialmente o barco faria um cruzeiro de teste no litoral de Fortaleza, nas proximidades do estaleiro Inace, e desceria para São Paulo, onde seria oficialmente inaugurado, antes de ser ancorado no porto de Santos.

Os pesquisadores participantes do projeto no âmbito do acordo da FAPESP com a Facepe, no entanto, já haviam agendado a expedição e estavam com uma série de dificuldades para encontrar, no Nordeste, uma embarcação oceanográfica que pudesse ser alugada para a expedição. Nesse intervalo de tempo, o Alpha Delphini ficou pronto.

“Essa série de coincidências veio a calhar e permitirá usar o barco oceanográfico nessa expedição de exploração da zona equatorial, além de nos aproximarmos de pesquisadores de Pernambuco e trocarmos experiências”, avaliou Braga.

“Há muito tempo não fazemos uma expedição científica reunindo pesquisadores de universidades de diferentes regiões do país”, contou. Segundo a pesquisadora, a expedição também servirá para testar todos os equipamentos do Alpha Delphini. Se, eventualmente, for necessário a realização de algum reparo na embarcação, será possível retornar rapidamente ao estaleiro.

“Fizemos uma análise bem minuciosa do barco e simulamos todas as possibilidade de uso dele. Mas, se ainda for necessário algum pequeno ajuste, será bem mais fácil fazê-lo por não estarmos muito longe do estaleiro”, avaliou.

Atualmente, os pesquisadores fazem os últimos ajustes do barco no estaleiro e finalizam o treinamento da tripulação. Ao concluir a expedição, o Alpha Delphini seguirá para São Paulo, onde ficará ancorado no armazém número oito do porto de Santos.

Durante a viagem a São Paulo, uma nova equipe de pesquisadores, integrada por alunos do IO-USP, coletará dados sobre ciclagem de carbono. “Não podemos perder a oportunidade de coletar dados científicos durante o deslocamento da embarcação para São Paulo e dar a oportunidade aos nossos alunos de também participar das pesquisas”, afirmou Braga.

A ideia dos pesquisadores é de que, quando o barco não estiver em fase de pesquisas, ele permaneça aberto para visitação pública no porto de Santos. 


segunda-feira, 20 de maio de 2013

Corrida por mineração no fundo do mar gera polêmica

ONU anuncia licenciamentos para retirada de minerais do leito oceânico, mas especialistas questionam possíveis impactos ambientais.




As perspectivas de uma "corrida do ouro" nas profundezas do mar, abrindo um polêmico caminho para a mineração no leito oceânico, estão mais próximas. A ONU recém-publicou seu primeiro plano para o gerenciamento da extração dos chamados "nódulos" - pequenas rochas ricas em minerais - do fundo do mar.

Um estudo técnico promovido pela Autoridade Internacional do Leito Oceânico (ISA, na sigla em inglês), o órgão da ONU que controla a mineração nos oceanos, diz que as companhias interessadas podem pedir licenças a partir de 2016.

A ideia de explorar ouro, cobre, manganês, cobalto e outros metais do leito oceânico foi considerada por décadas, mas só recentemente se tornou factível, por conta do alto preço das commodities e de tecnologias mais modernas.

Especialistas em proteção ambiental vêm advertindo há tempos que a mineração no leito oceânico pode ser altamente destrutiva e poderia ter consequências de longo prazo desastrosas para a vida marinha. O próprio estudo da ONU reconhece que a mineração provocará 'danos ambientais inevitáveis'.

Mas o relatório foi divulgado em meio ao que um porta-voz do órgão descreve como 'um aumento sem precedentes' no interesse das companhias estatais e privadas.

Divisão de receitas

O número de licenças emitidas para a busca de minerais já chega a 17, com outras sete prestes a serem emitidas e muitas mais em análise. Elas cobrem vastas áreas dos Oceanos Pacífico, Atlântico e Índico.
De acordo com a Convenção da ONU sobre o Direito do Mar, a ISA foi estabelecida para estimular e administrar a mineração do fundo do mar para o benefício mais amplo da humanidade - com uma parcela dos lucros dirigida para os países em desenvolvimento.

Agora o órgão está dando o passo significativo de não só mais simplesmente manejar pedidos para exploração mineral, mas também considerar como licenciar as primeiras operações reais de mineração e como dividir as receitas.

"Estamos à beira de uma nova era de mineração do leito marinho profundo", disse à BBC o conselheiro legal do ISA, Michael Lodge.

A atração é óbvia. Uma análise do leste do Pacífico - uma área de 5 milhões de quilômetros quadrados conhecida como zona Clarion-Clipperton - concluiu que mais de 27 bilhões de toneladas de nódulos poderiam estar misturadas à areia.

Essas pedras poderiam conter 7 bilhões de toneladas de manganês, 340 milhões de toneladas de níquel, 290 milhões de toneladas de cobre e 78 milhões de toneladas de cobalto - apesar de ainda não se saber o quanto disso é acessível.


Operações viáveis

De acordo com o estudo de planejamento, a ISA enfrenta o desafio de tentar garantir que os benefícios da mineração de nódulos cheguem além das próprias companhias e ao mesmo tempo fomentar operações comercialmente viáveis.

O plano se baseia em prover operadores com incentivos para assumir riscos no que poderiam ser investimentos caros sem perder a chance de os países em desenvolvimento receberem uma fatia das receitas.

A ISA tenta agora avaliar que companhias têm capacidade suficiente para desenvolver o trabalho, ainda que nenhuma empresa tenha experiência específica nessa nova modalidade de mineração.

Um fator chave na avaliação da ISA é a necessidade de salvaguardas ambientais, então o documento pede o monitoramento do leito marinho durante qualquer operação de mineração - apesar de os críticos questionarem se a atividade na profundeza dos oceanos pode ser policiada.

Debate

As perspectivas da mineração no fundo do mar já geraram um forte debate entre cientistas marinhos. "Não creio que nós tenhamos a propriedade sobre o oceano profundo, no sentido de que possamos fazer o que quisermos com ele", afirma Jon Copley, biólogo da Universidade de Southampton e chefe de missão do navio de pesquisas britânico James Cook.

"Em vez disso, nós dividimos a responsabilidade por sua condução", diz. "Nós não temos um histórico bom em alcançar um balanço em nenhum outro lugar - pense nas florestas tropicais -, então a questão é: 'Será que conseguiríamos acertar?'", questiona.

O também biólogo Paul Tyler, do Centro Nacional Oceanográfico, da Grã-Bretanha, adverte de que espécies únicas podem ser colocadas em risco. "Se você limpa aquela área pela mineração, aqueles animais terão que fazer uma dessas duas coisas: ou se dispersam e colonizam outra fissura hidrotermal em outro lugar ou eles morrem", comenta.

"E o que acontece quando elas morrem é que a fissura se torna biologicamente extinta", diz.

A química marinha Rachel Mills, da Universidade de Southampton, sugere um debate mais amplo sobre a mineração em geral, com o argumento de que todos nós usamos minerais e que as minas em terra são muito maiores do que seria qualquer uma no leito do mar.

Ela fez pesquisas para a Nautilus Minerals, uma empresa canadense que planeja explorar minas nas fissuras hidrotermais na costa da Papua Nova Guiné. "Tudo o que nos cerca, e a maneira como vivemos, depende de fontes minerais, mas não nos perguntamos com frequência de onde eles veem", afirma.

"Precisamos nos perguntar se há mineração sustentável em terra e se há mineração sustentável no mar. Acho que são as mesmas questões morais que devemos colocar se é nos Andes ou no Mar de Bismarck", diz.
Esse debate deve crescer mais com a proximidade cada vez maior do início das operações de mineração.


Hidrelétricas e esgoto são as maiores ameaças a estuários no Brasil

Estudiosos do rio São Francisco e da Lagoa dos Patos afirmam que ação humana é o fator que mais causa prejuízo aos ecossistemas estuarinos



Estuários estão espalhados por toda a costa brasileira. Muitos ficam em centros de grandes cidades, mas poucas pessoas se dão conta de sua importância ou até mesmo de sua existência. Apesar de serem essenciais para o equilíbrio e o desenvolvimento da fauna aquática, esses ambientes estão muito ameaçados no Brasil.

Esses ambientes são zonas de transição entre o rio e o mar que funcionam como verdadeiros berçários para diversas espécies de animais. Nesse cenário, a ação marinha se sobrepõe à fluvial. Já na foz em delta, quando o rio se desmembra em vários canais no deságue, é o fluxo continental que se sobrepõe ao mar. Mas uma formação não necessariamente impede a existência da outra. Pode haver estuários dentro de deltas.


Alguns dos principais estuários brasileiros são os do rio Amazonas, do São Francisco, a Baía de Guanabara e o da Lagoa dos Patos. Mais da metade da população mundial vive em regiões estuarinas. E toda essa proximidade com a ação humana causa impactos graves nesses ecossistemas. É o caso de um dos mais importantes rios do país, o São Francisco, que hoje tem sua foz ameaçada por barragens, esgotos, desmatamento e, claro, pela construção de novas residências.

O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, faz um alerta para os perigos. “O que nos preocupa mais, de todas essas ameaças ao estuário, é o avanço da especulação imobiliária. Ela está principalmente do lado de Sergipe, avançando a uma velocidade meteórica”, afirma.

No lado alagoano, o rio é protegido pela área de proteção ambiental de Piaçabuçu, mas nem assim a tranquilidade está garantida. “Há uma ideia de se abrir uma estrada litorânea que adentra a área de proteção e cria uma ponte que impacta o coração do estuário”, critica o dirigente.


Para complicar ainda mais a situação do estuário, a vazão do rio eventualmente precisa ser reduzida pelas hidrelétricas para garantir o fornecimento de energia. Pelo licenciamento ambiental, o fluxo deve ser de 1300 m³ por segundo, mas quando o nível dos reservatórios está menor, as usinas solicitam redução de 200 m³. “Se nas condições de 1300 o estuário já sofre bastante, imagine com 1100”, lamenta.

Com vazão menor, o rio tem menos força no encontro com o mar. Assim, entra pelo estuário mais água oceânica do que o normal, causando desequilíbrio e prejudicando as espécies, segundo Miranda. O assoreamento também é uma consequência do fluxo menor, além da diminuição de nutrientes na água.

“Uma carta da época do descobrimento relata que a mancha de água barrenta do São Francisco, rica em nutrientes, adentrava quilômetros pelo mar. Hoje ocorre exatamente o contrário”, explica o presidente do CBHSF, que chama atenção para o aumento do problema: “Tem mais e mais ameaça da progressão da cunha salina, principalmente com a regulação das vazões. A tendência é o adentramento do oceano cada vez mais. Ele vai ganhando a guerra contra as águas doces do São Francisco.”


Um dos maiores ícones da degradação ambiental da área de deságue do São Francisco é o povoado de Cabeço, que foi destruído pelo avanço das águas marinhas em direção ao estuário. Mas, a despeito dos problemas ambientais, a foz do rio ainda é um local de grande beleza, que atrai turistas.

Adriano Augusto de Araújo Jorge, presidente do Instituto do Meio Ambiente (IMA) de Alagoas, aprova os passeios turísticos no estuário, mas pede legislação e fiscalização mais firmes para impedir instalações como bares e resorts prejudiquem ainda mais o ecossistema. E apesar de dizer preocupado com a vazão reduzida pelas hidrelétricas, ele discorda da tese de que haja avanço de água do mar pelo rio. “Aferições laboratoriais não demonstram isso”, refuta.


Para tentar evitar danos maiores ao meio ambiente, ele afirma que o IMA tem procurado realizar ações de educação ambiental para a população. “Fomos aos locais mostrar à população que está vislumbrando um retorno financeiro com o turismo que ela pode ter, mas que precisa ter consciência ambiental, para não causar danos irreversíveis”, conta Araújo.

O biólogo Marcos Alaniz Rodrigues atenta para o fato que a preservação de estuários está diretamente ligada à preservação de espécies e também de atividades econômicas. Estudioso de outro importante estuário brasileiro, o da Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, o especialista alerta para a delicadeza do equilíbrio desses ambientes.

“Muitas espécies de peixes, crustáceos e moluscos usam esses locais como criadouros, porque são mais protegidas dos predadores. Existem vegetações que fornecem abrigo para esses seres até que possam chegar a um tamanho que possam sair”, explica. “Por isso o estuário é tão importante. Existe uma sintonia muito fina”, completa o biólogo. Além do prejuízo ambiental, um mercado também sai perdendo. Em geral, fazendas de criação de camarões ficam localizadas em estuários.

A grande ameaça aos ecossistemas de estuários hoje, segundo Rodrigues, é a ação humana. “Os estuários têm certa capacidade de utilizar os nutrientes para gerar energia. A partir do momento que se tem esgoto, dejetos, rejeitos industriais, acaba-se tendo um efeito justamente contrário. Vem uma alta quantidade de nutrientes que não conseguem ser reciclados e degradam o ambiente”, observa.

O pesquisador afirma que para mitigar o problema basta não despejar esgoto in natura nos rios e lagoas, e pede preservação. “Esse é um ecossistema riquíssimo, que contempla tanto espécies de água doce quanto oceânicas, que passam parte do seu ciclo de vida nesses ambientes”, conclui Rodrigues.






sexta-feira, 17 de maio de 2013

Personagem de Johnny Depp dá nome a fóssil com 'mãos de tesoura'


Um fóssil marinho de 500 milhões de anos e com impressionantes pinças em forma de tesoura recebeu um nome que faz menção ao ator americano Johnny Depp, que interpretou o personagem "Edward - mãos de tesoura" no filme de Tim Burton.


O distante ancestral da lagosta e do escorpião que vivia em águas rasas na região da atual Colúmbia Britânica, no Canadá, foi batizado de Kooteninchela deppi foi identificado por um cientista britânico admirador de Johnny Depp.

"Quando eu vi o par de pinças nos fósseis desta espécie, não consegui deixar de pensar em Edward mãos de tesoura (Edward Scissorhands, em inglês).





Mesmo o nome Kooteninchela é uma referência a este filme porque 'chela' é o termo em latim para pinças ou tesoura", explicou em um comunicado o descobridor do animal, David Legg, do Imperial College London.

"Na verdade, eu também sou fã de Johnny Depp, e qual a melhor maneira de prestar homenagem a este homem que imortalizar seu nome em uma criatura que já habitou os mares", acrescentou o pesquisador.

 David Legg acredita que Kooteninchela deppi era provavelmente um caçador ou um limpador, suas grandes pinças cobertas com espinhos alongados lhe permitiam capturar presas ou explorar o fundo do mar em busca das pequenas criaturas escondidas. Era, no entanto, não muito grande, de cerca de quatro centímetros de comprimento.


A espécie pertence a um grupo de artrópodes chamado Megacheira - literalmente "mãos grandes", em grego - que deu origem aos escorpiões, centopeias, insetos e caranguejos que conhecemos hoje. "Imagine: o camarão coberto de maionese em seu sanduíche, a aranha que sobe em sua parede, e até mesmo a mosca que bate em seu vidro (...) são todos descendentes de Kooteninchela deppi", disse David Legg.